ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 29-3-2007.
Aos vinte e nove dias do
mês de março do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores
Adeli Sell, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal,
Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Maria
Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor
Garcia e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Dr. Raul, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Jorge Sodré, José Ismael Heinen,
Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Maristela Maffei,
Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sebastião Melo e Valdir Caetano. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Almerindo Filho, o Pedido de Providência nº 446/07;
pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providência nº 445/07; pelo Vereador
Guilherme Barbosa, o Pedido de Informação nº 035/07 (Processo nº 1604/07); pelo
Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providência nos 429, 430,
431, 432, 433, 434, 435, 436, 437, 438, 439, 440, 441, 442, 443 e 444/07 e o
Projeto de Lei do Legislativo nº 015/07 (Processo nº 0871/07); pelo Vereador
João Antonio Dib, o Pedido de Providência nº 455/07 e o Pedido de Informação nº
037/07 (Processo nº 1606/07); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência
nos 415, 416, 417, 418, 419, 420, 421, 422, 423, 424, 447, 448 e
449/07 e o Pedido de Informação nº 038/07 (Processo nº 1626/07); pela Vereadora
Margarete Moraes, os Pedidos de Providência nos 450, 451, 452, 453 e
454/07 e o Pedido de Informação nº 036/07 (Processo nº 1605/07); pela Vereadora
Maria Celeste, o Pedido de Providência nº 428/07; pela Vereadora Maria Luiza, o
Pedido de Providência nº 414/07; pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de
Providência nos 425, 426 e 427/07. Também, foi apregoado o Ofício nº
264/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de
Lei do Executivo nº 007/07 (Processo nº 1618/07). Ainda, foram apregoados os
Memorandos nos 042, 063 e 064/07, firmados pela Vereadora Maria
Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua
Excelência informa as Representações Externas, respectivamente, da Vereadora
Maristela Maffei, no dia vinte e seis de março do corrente, na cerimônia de
entrega do primeiro chip comercial brasileiro projetado pelo Centro de
Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada – CEITEC –, neste Município; da
Vereadora Clênia Maranhão, do dia dois ao dia três de abril do corrente, no 5º
Seminário Nacional de Educação à Distância, no Município de Recife – PE –, com
retorno no dia cinco de abril do corrente; e do Vereador Carlos Comassetto, hoje,
no evento SERGS Debates: Risco Ambiental, na Sociedade de Engenharia do Rio
Grande do Sul, neste Município. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
001/07, do Vereador Luiz Jorge Brandt, Presidente da Câmara Municipal de Sinimbu
– RS –; 007/07, da Senhora Rita Schmitt Caccia, Presidenta da Sociedade Brasileira
de Correções Odonto-Maxilares – SOBRACOM –; 082/07, do Senhor Ernesto da Cruz
Teixeira, Diretor-Geral do Departamento de Esgotos Pluviais – DEP. A seguir, a
Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, aos Senhores
Evaristo Mattos e Afonso Limberger, respectivamente Presidente e associado da
Associação Gaúcha Autônoma de Vendedores Profissionais Transitórios, que
discorreram acerca de problemas enfrentados por camelôs idosos para manterem o
direito de uso de suas bancas, alegando que os problemas de saúde enfrentados
por esses vendedores dificulta a eles estarem presentes nas chamadas feitas
pela fiscalização, conforme prevê a legislação atual. Nesse sentido, defenderam
modificações que flexibilizem as exigências para manutenção de bancas por
camelôs licenciados, sugerindo a criação de Comissão neste Legislativo para
análise do tema. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Adeli Sell, Clênia Maranhão e José Ismael Heinen manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em continuidade, o
Vereador Elias Vidal formulou Requerimento verbal, deferido pela Senhora
Presidenta, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão,
sendo iniciado o período de Comunicações, hoje destinado a assinalar o
transcurso do trigésimo quinto aniversário do programa Jornal do Almoço, nos termos
do Requerimento nº 022/07 (Processo nº 1098/07), de autoria do Vereador Elias
Vidal. Compuseram a MESA: a Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara
Municipal de Porto Alegre; o Senhor Raul Costa Junior, Diretor de Telejornalismo
da Rede Brasil Sul de Comunicação – RBS –; o Senhor José Pedro Villalobos,
Editor-Chefe do programa Jornal do Almoço; o Senhor Eurico Meira, Gerente de
Jornalismo da RBS TV; o Senhor Norton Kappel, Coordenador de Produção e
Reportagem da RBS TV; as Senhoras Cristina Ranzolin e Rosane Marchetti e os
Senhores Lasier Martins e Paulo Sant’ana, respectivamente apresentadoras e comentaristas
do programa Jornal do Almoço. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elias Vidal
homenageou o programa Jornal do Almoço pelo transcurso do seu trigésimo quinto
aniversário, frisando o caráter informativo e atualizado dessa produção ao
longo dos anos. Também, chamou a atenção para a valorização de questões
relativas ao bem-estar da população, levantadas no Jornal do Almoço,
ressaltando que o avanço da tecnologia utilizada pela televisão incrementou a
interação entre esse programa e seus telespectadores. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
o Vereador Elias Vidal, dando continuidade a seu pronunciamento em
Comunicações, enalteceu a empatia e o respeito demonstrados por jornalistas e
funcionários da Rede Brasil Sul de Comunicação no tratamento com o público.
Além disso, salientou a importância das informações prestadas à população
gaúcha pelo programa Jornal do Almoço e afirmou que a abordagem de temas
recorrentes no cotidiano do Estado contribui para o bem-estar da população
gaúcha. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Mario Fraga congratulou os integrantes da
equipe do Jornal do Almoço pelo trigésimo quinto aniversário desse programa,
enaltecendo a qualificação profissional e a competência dos Jornalistas
Cristina Ranzolin, Rosane Marchetti, Lasier Martins e Paulo Sant’ana. Ainda,
parabenizou o Vereador Elias Vidal pela iniciativa de propor a homenagem hoje
realizada neste Legislativo. O Vereador Claudio Sebenelo analisou o significado
do horário do almoço para a sociedade atual, justificando que, por ser esse um
momento de pausa nas atividades de trabalho da maioria das pessoas, proporciona
o descanso e a confraternização familiar necessários ao ser humano. Da mesma
forma, declarou que o programa Jornal do Almoço integra esse quadro quotidiano,
como elemento de informação e atualização, contribuindo para o crescimento
intelectual dos telespectadores. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu
D’Avila elogiou a produção do Jornal do Almoço, enfatizando que esse programa
conseguiu harmonizar leveza com seriedade, responsabilidade e sobriedade na
apresentação e nos comentários das notícias divulgadas. Nesse sentido, asseverou
que os altos índices de audiência alcançados pelo Jornal do Almoço, não apenas
na Região Metropolitana, mas também no interior do Estado, demonstram o reconhecimento
e a aceitação recebidos da comunidade gaúcha. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora
Clênia Maranhão saudou os jornalistas que participam do Jornal do Almoço,
especialmente as apresentadoras Cristina Ranzolin e Rosane Marchetti, afirmando
serem elas referências na televisão do Rio Grande do Sul. Ainda, parabenizou a
equipe de produção desse programa, mencionando transformações tecnológicas, bem
como mudanças históricas e culturais vivenciadas pela sociedade nos trinta e
cinco anos de existência desse telejornal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Luiz Braz comentou o destaque, em termos de informação, representado pelo
programa Jornal do Almoço, lembrando que o comentarista Paulo Sant’ana já
exerceu a vereança neste Legislativo. Também, relatou denúncia recebida por seu
gabinete, de operação realizada pela Polícia Federal no dia vinte e seis de
março do corrente em Porto Alegre, quando ocorreu invasão equivocada em um
apartamento, o que causou transtornos e problemas de saúde à proprietária do
local. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães saudou a equipe responsável
pelo Jornal do Almoço, afirmando ser característica desse programa a constante
renovação, o pioneirismo e a ousadia no tratamento das notícias e opiniões
apresentadas aos telespectadores. Nesse sentido, avaliou a influência dos meios
de comunicação na sociedade atual, asseverando que o uso da televisão como
fonte de informação e lazer já se encontra incorporado à cultura da sociedade
contemporânea. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei, parabenizando a equipe do
Jornal do Almoço, em especial o comentarista Paulo Sant’ana, ex-Vereador de
Porto Alegre, sublinhou a justeza da homenagem hoje realizada pela Casa,
relatando lembranças que possui dos primeiros anos de existência desse
telejornal. Da mesma forma, atentou para o papel desempenhado pela Rede Brasil
Sul de Comunicação como elemento de integração dos grupos sociais que compõem a
comunidade gaúcha. Em prosseguimento, a Senhora Presidenta concedeu a palavra
aos Senhores Raul Costa Junior, Paulo Sant’ana e Lasier Martins, que, em nome
da Rede Brasil Sul de Comunicação, agradeceram a homenagem prestada pela Câmara
Municipal de Porto Alegre ao programa Jornal do Almoço. Às dezesseis horas e um minuto, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e
sete minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Raul
registrou sua participação na solenidade ocorrida hoje, na Assembléia
Legislativa, de assinatura de Protocolo de Intenções para Promoção do Planejamento
Familiar no Estado do Rio Grande do Sul, o qual objetiva ações conjuntas nessa
área, envolvendo os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Também,
defendeu o Projeto de Lei do Legislativo nº 090/05, de sua autoria, que cria o
Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto Alegre. O Vereador Carlos
Comasseto expôs dados sobre a viagem realizada por Sua Excelência à Alemanha,
com o objetivo de solicitar apoio para instalação, em Porto Alegre, de uma
edição regional da Feira Internacional de Tecnologia de Informação, Telecomunicações,
Softwares e Serviços. Ainda, enfatizou a periodicidade anual desse
evento, o qual apresenta programações descentralizadas em diversos países e é
considerado a maior feira de tecnologia do mundo. Após, nos termos do artigo 94, § 1º,
alínea “g”, do Regimento, a Senhora Presidenta concedeu TEMPO ESPECIAL aos
Vereadores Carlos Comassetto e Newton Braga da Rosa, que relataram suas
participações, em Representação Externa deste Legislativo e como representantes
do Comitê Porto-Alegrense Pró-CeBIT, na Feira
Internacional de Tecnologia de Informação, Telecomunicações, Softwares e
Serviços – CeBIT –, nos períodos, respectivamente, de dez a
dezenove e de dez a vinte e dois de março do corrente, em Hannover, na
Alemanha. Durante o pronunciamento do Vereador Newton Braga Rosa, foi
realizada a apresentação de audiovisual sobre o tema abordado por Sua
Excelência. Ainda, o Vereador Carlos Comassetto procedeu à entrega, à Senhora
Presidenta, de relatório da viagem realizada por Sua Excelência à Alemanha, em
Representação Externa deste Legislativo. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 244/06,
discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Neuza Canabarro, Margarete Moraes,
Guilherme Barbosa e Adeli Sell, e 248/06, discutido pelo Vereador João Antonio
Dib e pela Vereadora Neuza Canabarro; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 247/06, discutido pela Vereadora Neuza
Canabarro, e 249/06, discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelos
Vereadores Guilherme Barbosa e Adeli Sell. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às
dezessete horas e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às dezessete horas e oito minutos, constatada a existência de
quórum. Em continuidade, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da
ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, de acordo com deliberação
entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes. Em Discussão Geral e Votação,
esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 072/05, o qual, após ser discutido pelos
Vereadores Aldacir Oliboni, Elói Guimarães, João Carlos Nedel, João Antonio
Dib, Claudio Sebenelo e Adeli Sell, teve sua discussão adiada por duas Sessões,
a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Aldacir Oliboni. Após, foi
aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Neuza Canabarro, subscrito pela
Vereadora Maria Celeste e pelo Vereador João Carlos Nedel, solicitando a retirada
de tramitação do Projeto de Resolução nº 077/05 (Processo nº 1785/05). Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 025/05, o qual, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Sebastião
Melo, João Antonio Dib, Adeli Sell e Luiz Braz, teve sua votação suspensa, em
face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito horas e dois minutos,
constatada a inexistência de quórum deliberativo, em verificação solicitada
pelo Vereador Sebastião Melo, a Senhora Presidenta declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas
Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e
secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu
Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída
e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à
A Tribuna Popular de hoje tratará de assunto
relativo ao Centro de Compras, Lei nº 9.554/04, Decreto nº 14.391/03. O tempo
regimental de 10 minutos para a manifestação dos representantes da Associação
Gaúcha Autônoma de Vendedores Profissionais Transitórios, o tempo será dividido
entre dois oradores: o Sr. Evaristo Mattos, Presidente; e o Sr. Afonso
Limberger, associado.
O
Sr. Evaristo Mattos está com a palavra, pelo tempo regimental.
O SR. EVARISTO MATTOS: Boa-tarde Srª Presidente, boa-tarde Sr. Vereadores, muito obrigado pela
presença dos senhores, o que me faz vir aqui, Srs. Vereadores, é uma Lei que
foi alterada, uma Lei que nós conquistamos com muito trabalho, conversando com
os Prefeitos, com os ex-Secretários, e nós conseguimos criar a Lei nº 8.447,
que foi aprovada aqui na Câmara, que deu o direito aos os nossos herdeiros de
ficarem com as nossas bancas e nos deu o direito de termos um auxiliar, para
que ele possa nos representar e ficar ali no nosso local de trabalho. Senhores, o
que acontecia antes? Antes, senhores e senhoras com idade avançada tinham que
ficar na banca, porque era feita chamada. E, na banca, não tinha outro motivo,
porque era a sobrevivência da banca. Havia duas saídas: ou vinha trabalhar,
arriscava a sua vida, ou ficava em casa, não vindo trabalhar, perdia a banca,
mas não tinha medicamento. Então, era aquilo: ficava ou saía. E aconteceram
casos de serem encontradas senhoras mortas nos locais onde guardavam as suas
mercadorias.
Se essa legislação de permanecer na banca, de a
chamada continuar vigorando e, hoje, nós olharmos os camelôs, que já trabalham
há mais de 30 anos, 40 anos, que estão com idade avançada, a mesma coisa vai
acontecer; porque eles vão ter que defender o pão deles de cada dia. Ou eles
vão trabalhar para conseguir dinheiro, remédio, para a sua manutenção, ou vão
ficar em casa sem remédio e sem a sua manutenção.
Então, eu gostaria que os Srs. Vereadores pensassem
nisso para que, no futuro, possamos alterar essa legislação da chamada. Eu
gostaria que, aqui, fosse um começo; que todos os Vereadores se sensibilizarem
com a situação da chamada.
Outra Lei que foi alterada foi a Lei dos Herdeiros,
já que os camelôs têm uma idade avançada, são todos idosos. E quem dos senhores
não tem um idoso na família que não pode trabalhar? Então, esses trabalham
junto com os seus familiares. Esses que trabalham com os seus familiares são os
candidatos a herdeiros da banca. Mas como que um herdeiro que tem que levar um
doente, que tem que comprar um remédio, cuidar dele, ao mesmo tempo, vai ficar
na banca? Como diz a legislação, para ser herdeiro da banca, no mínimo, tem de
ter um ano como auxiliar. Como a pessoa vai estar em dois lugares ao mesmo
tempo? Vai ser difícil! Então, eu gostaria que os Vereadores analisassem essa
matéria e estudassem, junto
conosco, uma maneira de mudar isso. Porque, às vezes, se faz um trabalho, se
faz uma lei, mas, na prática, é diferente; no dia-a-dia é complicado. E a época
é difícil, senhores, é uma época de desemprego, e hoje também há jovens que
estão dependendo do idoso para o seu sustento, até para pagar colégio, para
estudar.
Srs.
Vereadores, eu gostei muito quando cheguei aqui, vi várias fotografias, várias
fotografias de Vereadores que estão aqui, que foram Secretários, que
foram também pessoas que trabalharam dia-a-dia junto conosco, como é o caso do
Ver. Nereu, que ficou por três anos num cadastramento de camelô, para
reconhecer todos; e, às vezes, nem se almoçava, íamos das 8 da manhã até às 6
horas da tarde, direto. E assim também outros Vereadores, que foram Secretários
e até Prefeitos. Há Vereadores que trabalharam junto com eles, ou que também
estão trabalhando, da mesma forma, nessa missão difícil dos Secretários. Porque
se o Secretário for aplicar essa Lei, assim como ela é, vai ser um suicídio
para essas pessoas de idade. Então, nós vamos ter que continuar com esse
trabalho no dia-a-dia, quer seja com a Secretaria, quer seja com o Prefeito,
quer seja com o Vereador. Mas quando se trata de uma Lei, eu acho que nós vamos
ter que trabalhar com os Vereadores. Porque se o Secretário for “apertar o
torniquete” mesmo, vai ser um suicídio para esses camelôs. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Sr. Afonso Limberger está com a palavra.
O
SR. AFONSO LIMBERGER:
Boa-tarde Presidenta da Mesa; boa-tarde Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
agradecemos pelo espaço que nos foi concedido; estamos vindo aqui, com todo o
respeito, e a pedido, porque percebemos que a classe que nós estamos
representando, é composta por muitos membros com idade bastante avançada. Está
em andamento um Projeto que diz que nós teremos que pagar por 25 anos. Vejam
bem, nós temos cidadãos, aqui, de 75 e 87 anos, a maioria ultrapassa 60 anos de
idade. Se nós tivermos que pagar mais 25 anos, fica complicado.
No
que se refere à pesquisa feita com os nossos colegas de trabalho, nós temos
certeza absoluta de que o Projeto em pauta não contemplará 80% dos nossos; não
porque não queiram ir, mas porque não têm condições financeiras e nem mesmo
culturais. São pessoas que nasceram e se criaram trabalhando na rua, criaram
seus filhos e estão mantendo os seus netos.
O
Projeto é bonito no papel, mas temos que ver se não estamos sendo usados como
subterfúgio para uma obra que, cedo ou tarde, irá cair na iniciativa privada;
porque quem investe quer seu dinheiro de volta.
Nós
recorremos ao Ministério Público, e queremos deixar bem claro que não é uma
afronta à Prefeitura de Porto Alegre e à Secretaria, mas que é, sim, um pedido
de socorro. Entendemos que da forma como está nós não vamos ser contemplados,
com certeza, com esse Projeto.
O
que nós viemos fazer aqui é um pedido de socorro de verdade. A gente pede que,
a partir deste momento, na Câmara de Vereadores, se crie uma comissão mista
para acompanhar os trabalhos junto à construção desse shopping. E também
que, a partir de hoje, seja estudado um segundo projeto, porque entendemos que
a concentração de camelôs num mesmo local criará um enorme problema para a
Cidade de Porto Alegre. Temos a prova disso na Praça XV, com 450 vendedores
ambulantes; o aglomerado que é. Se com 450 vendedores ambulantes, nós
disputamos o cliente “no braço”, imaginem numa altura de seis a sete metros,
isolados. Qual é a mágica que a Prefeitura apresenta para suprir de clientes,
para que as pessoas que ali estão possam sobreviver?
Então,
peço aos Vereadores que prestem muita atenção nesse fato: é muita gente
aglomerada num mesmo lugar. Não há como sobreviver, não há espaço no chão para
800 vendedores ambulantes. Quem é que vai subir para comprar? Não que não vá
subir ninguém, mas são muitos vendedores, tem que ser refeita esta conta. A gente está
lutando, não pela aglomeração e, sim, por uma divisão; tem que separar, tem que
ser em vários setores. Muita gente, dá confusão; ninguém sobrevive. Serão
criadas novas profissões ilícitas, no entorno, por esses micro-vendedores que
não terão como sobreviver nessa aglomeração. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Sr.
Afonso.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Srª Presidenta, Maria Celeste; meu caro Evaristo, meu caro Afonso,
dignos vendedores ambulantes da cidade de Porto Alegre, em nome da Bancada do
Partidos dos Trabalhadores eu quero expressar a nossa preocupação com a questão
da sobrevivência das pessoas na sua área de trabalho. Todos conhecem a nossa
postura, o nosso jeito de ser e fazer, seja aqui na Câmara, como Vereadores - e
hoje temos nove Vereadores na Bancada -, seja como Governo; sabemos das
dificuldades que existem. Já estivemos na Secretaria que cuida do tema do
comércio ambulante da Cidade, a SMIC, e aqui, quando votamos por um Centro
Popular de Compras - queremos deixar claro -, nunca definimos o local. Nós
aprovamos aqui uma idéia, e o que questionamos, inclusive na Audiência Pública,
foi a falta de Estudo de Impacto de Vizinhança e um estudo mais aprofundado
sobre as condições para esses vendedores populares pagarem esse aluguel. Nós
também temos a preocupação de que não venhamos a levar essas pessoas para o
Centro Popular de Compras e, depois de três meses, essas mesmas pessoas não
terem condições de ali continuar. Vai acabar virando um shopping center
num espaço público, e todo o mundo sabe o grande valor que tem o espaço público
na cidade de Porto Alegre.
Portanto, estamos
vigilantes e acompanhando pari passu essa questão. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria, em nome da minha Bancada, e
também em nome do Ver. Professor Garcia, saudar a presença da Associação Gaúcha
Autônoma dos Vendedores Profissionais e Transitórios; saudar por terem trazido
a esta tribuna, na verdade, dois temas referentes à categoria. Um diz respeito
ao Projeto de Lei - aprovado ainda no Governo anterior, e regulamentado pelo
ex-Prefeito João Verle -, que trata exatamente da questão da pessoalidade e das
possibilidades ou não de substituições dos donos das bancas. É um tema
realmente muito importante - na minha avaliação -, e deve ser abordado por dois
lados. Primeiro, para que não haja impossibilidade de o dono da banca se
afastar para fazer aquilo que lhe é de direito, como tratamento de saúde e
outras necessidades inerentes ao cidadão. E, segundo, termos todo o cuidado
para que as senhoras e os senhores não sejam prejudicados com a possibilidade
de apropriação de outras pessoas que criam uma rede indevida nessa área.
Eu
acho que é um tema importante a ser tratado pela nossa Prefeitura, através da
SMIC. Inclusive, há pouco conversei sobre essas preocupações com o Secretário
Cecchin, que está saindo em viagem neste momento, motivo pelo qual não está
acompanhando a nossa Tribuna Popular.
Queria
tranqüilizar todas e todos que estão aqui, inclusive o Ver. Adeli, porque nós
estamos acompanhando muito de perto o Projeto de Lei que esta Casa aprovou, que
já está em andamento, sobre a criação do Centro Popular de Compras, que tem
essa característica, de atendimento, de melhoria, de favorecimento das
condições dos trabalhadores ambulantes. Não tem nenhuma característica similar
a outros shoppings da Cidade. Ele tem esse objetivo social, esse
objetivo de garantir a melhor condição de trabalho a todas e a todos os
trabalhadores ambulantes que para lá serão deslocados e que lá poderão, em
melhores condições, desenvolver suas atividades econômicas.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR JOSÉ ISMAEL HEINEN: Srª Presidenta
e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero, em
nome do Partido de Frente Liberal, desde ontem, Democratas, trazer a nossa
solidariedade, porque toda associação, todo empreendimento que traz a palavra
“autônoma” merece o nosso apoio, a nossa consideração, porque aí está o
verdadeiro empreendedorismo, está a verdadeira coragem de enfrentar, com meios
próprios, as determinações de mercado, e sobreviver nos dias de hoje. Para
tanto, podem contar com a nossa Bancada, falo em nome da Liderança, em apoio às
suas reivindicações. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Muito obrigada
aos Vereadores que se manifestaram, tenho certeza, em nome da Casa toda.
Obrigada ao Sr. Evaristo Mattos e ao Sr. Afonso Limberger, sejam muito
bem-vindos. Com certeza esta Câmara não se eximirá das questões levantadas
pelos senhores na Tribuna Popular de hoje. Muito obrigada pela presença.
(Palmas.)
O SR. ELIAS VIDAL (Requerimento): Srª
Presidenta, solicito a V. Exª a inversão da ordem dos trabalhos, para que
antecipe o período de Comunicações, em função do dia festivo: os 35 anos de
aniversário do Jornal do Almoço. Por gentileza.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Acolhido de
pronto por esta Mesa Diretora, a inversão dos trabalhos.
Passamos às
Hoje, este período é destinado a assinalar o
transcurso do 35º
aniversário do Programa Jornal do Almoço, proposto pelo Ver. Elias Vidal.
Convidamos
para compor a Mesa dos trabalhos, no dia de hoje, Jornalista Raul Costa Júnior,
Diretor de Telejornalismo da RBS TV; José Pedro Villalobos, Editor Chefe do Jornal
do Almoço; Eurico Meira, Gerente de Jornalismo da RBS TV; Norton Kappel,
Coordenador de Produção e Reportagem da RBS TV. Convidamos, também, a
compor a mesa, as apresentadoras do Jornal do Almoço, Cristina Ranzolin e
Rosane Marchetti, e os comentaristas Lasier Martins e Paulo Sant’Ana.
É
um prazer imenso recebê-los todos aqui nesta tarde, nesta homenagem. Sejam
muito bem-vindos a esta Casa.
O
Ver. Elias Vidal, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Comunicações.
O
SR. ELIAS VIDAL: Srª
Presidenta e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Quero dizer que é uma honra muito grande poder ter o apoio de todos
os Vereadores desta Casa. O tempo não me permite mencionar o nome de cada um
dos Vereadores com quem falei, mas eles, com muito carinho, disseram: “Vidal,
conta com o nosso apoio”. Nós não podíamos deixar passar essa data, que é uma
data redonda, uma data importante - os 35 anos do Programa Jornal do Almoço -,
e esperar mais tempo para prestar uma homenagem.
Este
Vereador se sente muito honrado, em razão da minha trajetória. Eu, um menino
tão acanhado e tímido, que não falava, em hipótese alguma, em público, nem para
duas ou três pessoas, e, no dia de hoje, estar falando diante de monstros
consagrados na imprensa, na comunicação, até parece uma petulância de minha
parte, estar falando, nesta tribuna, diante de pessoas como os senhores e
também diante de pessoas como os meus colegas, que têm experiência de oratória
nas suas trajetórias de vida.
Mas
o que me fez registrar essa marca, essa lembrança dos 35 anos da RBS, foi por
entender que o Jornal do Almoço é um jornal só de informações. É um jornal que
na sua nascente, quando na pesquisa que fiz - porque eu tinha 14 anos quando
começou o Jornal do Almoço e morava no Rio de Janeiro, e isso marcou muito a
minha vida. Naquele ano começava o Jornal do Almoço que durava duas horas. E o
Jornal do Almoço era voltado para as questões femininas, depois foi evoluindo,
e sempre tratando de assuntos pertinentes àquilo que mais interessava à
sociedade. Passou por processos mais polêmicos, levantando questões como o
homossexualismo, assuntos com relação ao divórcio, casamento, família, sempre
voltado para aquilo que, realmente, a sociedade precisa saber.
Nesse
leque de informações, o Jornal do Almoço, por muito tempo, até os dias de hoje
- e os outros jornais foram copiando essa dinâmica - em todos os aspectos houve
situações em que, acreditamos, foi precursor do jornalismo no Brasil, como, por
exemplo, no quadro de esportes: Paulo Sant’Ana, em certa ocasião, quando o
Grêmio ganhou, parece-me o título nacional, ele, diante das câmeras, no seu
programa, enrolado na bandeira do Grêmio, desmaiou, passou mal; levaram-no para
o hospital. São fatos interessantes. Quer dizer, há muitas histórias de cada um
dos senhores e de outros que já se foram, que estão em outro local de trabalho
ou aposentados; teriam histórias para contar nesse sentido.
Mas
o que me chamou atenção foi a questão humana, a questão gente, a questão povo,
pessoa, de cada um que passou, que a gente percebeu que, até os dias de hoje,
traduzem essa sensibilidade para com a sociedade.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Elias Vidal, como a
minha Bancada não dispõe de tempo, neste momento, eu solicito a V. Exª que em
nosso nome faça a saudação também ao Jornal do Almoço, nos seus 35 anos; muito
justa a homenagem.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Da mesma forma, em nome da minha
Bancada, o Partido dos Trabalhadores, queria desejar, nesta justa homenagem,
vida longa ao Jornal do Almoço, a esse grupo que é uma equipe e que é um time.
Que continue a divulgar o Rio Grande do Sul pelo Brasil afora. Obrigado.
O
Sr. José Ismael Heinen: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero agradecer V. Exª pela
oportunidade de o Partido da Frente Liberal se associar a esta homenagem justa
ao nosso Jornal do Almoço, que faz parte do nosso dia-a-dia, que faz a formação
da opinião da coletividade de Porto Alegre. Parabéns, vida longa, sucesso
continuado ao Jornal do Almoço e à RBS! Muito obrigado, parabéns por esta
iniciativa, nobre colega.
O
SR. ELIAS VIDAL: Muito
obrigado. O Jornal do Almoço, que começou no ano de 1972, e que foi crescendo e
se adaptando à própria tecnologia, à exigência da sociedade, nos anos de 1980
já se tornava o maior programa televisivo de alcance regional do País, um fato
bastante importante. Já em 1988, o Jornal do Almoço saía de seu estúdio,
trazendo temas pertinentes àquilo que, realmente, é a necessidade do presente,
como na cidade de Erechim, com festas, aniversários, coisas típicas da região,
adaptando-se a uma informação precisa e a uma informação de algo do presente e
não, muitas vezes, a uma informação já “dormida”. Em 1993, o Jornal do Almoço
fazia o seu primeiro programa internacional. Tudo foi num crescendo, e o Jornal
do Almoço foi sempre readaptando-se, investindo nos seus profissionais, na
busca do conhecimento.
Eu,
peço, Srª Presidenta, o meu tempo de Liderança, para completar o que nós
pretendemos falar.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Concedida a palavra ao Ver. Elias Vidal para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELIAS VIDAL: Faço,
assim, a conclusão das minhas palavras, dizendo que, como sou um teólogo, a gente
procura ver muito o valor do ser humano, como pessoa, como gente. O que me
chama a atenção - e acredito que também dos Vereadores desta Casa - a gente
até, muitas vezes, entra em contato com pessoas de outros veículos de
comunicação, e esse tratamento não é dado -, é a forma como todos os senhores
na RBS que tem esse carinho, que parece ser tão contagiante em todos vocês.
Sempre há tempo para um aperto de mão, um cumprimento, dar um abraço, um
sorriso. Não é aquela coisa mecânica de televisão, não é aquela coisa fria.
Parece que o Jornal do Almoço sempre adotou essa marca desse carinho, dessa
empatia, essa coisa de troca de valores na base da sensibilidade. E, como
teólogo, estudo coisas pertinentes a essa área. Já disse muitas vezes desta
tribuna algo que foi escrito há milhares de anos por Salomão: a arrogância e o
orgulho sempre vão preceder a ruína e a queda de qualquer império, de qualquer
artista, de qualquer jogador, de qualquer ídolo, de qualquer político; e a
humildade sempre precede a grandeza. Eu acredito que o Jornal do Almoço, a RBS
atingem, cada vez mais, o ponto mais alto, porque, na medida em que cresce,
também cresce essa sensibilidade muito humana, de muita humildade em seu quadro
profissional, nos seus técnicos, nos seus apoiadores, nos seus profissionais.
Então,
eu não podia deixar de fazer essa declaração de como este Vereador, Elias
Vidal, pensa e sente, e o que eu senti também, da mesma forma, dos demais
Vereadores quando conversei com eles.
Então,
o que eu posso desejar? Vida longa para todos os senhores, cada vez mais
felicidade, paz, porque o que a gente leva deste mundo são essas relações
humanas, porque dinheiro, fama, poder, tudo isso passa na vida de todos, pois
temos um período curto para percorrer este universo e temos que ser acendedores
de lamparinas pelo caminho. Os senhores são esses acendedores e fazem a
felicidade de muita gente neste Rio Grande do Sul por 35 anos. Que Deus abençoe
a todos vocês: é o desejo deste Vereador e, acredito, dos demais Vereadores!
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Carlos Todeschini.
O
SR. MARIO FRAGA: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Primeiro, quero agradecer ao Ver. Carlos Todeschini, que me
concedeu este tempo para que eu pudesse me manifestar, visto que este Vereador
acha ser esta uma justa homenagem desta Casa, e, em especial, quero agradecer
ao Ver. Elias Vidal, que propôs esta homenagem, e todas as Vereadoras e
Vereadores que aceitaram. E eu, que não iria me manifestar, Ver. João Dib,
achei por bem fazê-lo na frente dessa família da RBS, pois a nossa Casa aqui
não é compreendida quando faz alguma homenagem, Ver. Elias Vidal. E muitas
homenagens são feitas aqui.
Agora,
vejam as Sras
Vereadoras e os Srs. Vereadores, 35 anos de um Programa no ar, se não é justa
esta homenagem que o Ver. Elias Vidal propõe, e a nossa Casa faz a vocês, da
RBS? E a RBS é polêmica, graças a Deus, Lasier! Eu tenho um carinho especial
pela RBS; por isso resolvi me manifestar.
Eu
tenho um amigo de família, freqüentamos a casa um do outro, que tem 20 anos de
RBS, e eu sei o que é ter 20 anos numa empresa; a empresa tem que ser muito
boa. Eu faço esses elogios de coração, porque eu não tenho uma ligação maior
com a RBS, aqui todos vocês sabem, então posso falar de coração aberto. Eu
tenho uma ligação, sim, com o Edemar, que trabalha há 20 anos, já foi até jubilado
nessa última homenagem da RBS, porque ela homenageia todos os seus funcionários
- cinco anos, dez, 15, 20, 35 anos, eu não me lembro quem foi, parece que foi
pelos 35 anos o jubilado deste ano.
Então
eu venho fazer esta justa homenagem, pegando uma carona, sim, Ver. Elias Vidal,
ao Programa que faz 35 anos. E eu me lembro bem - o Vereador aqui tinha 13
anos, eu tinha 14 anos, 15 anos quando começou o Programa - que eu, em
especial, corria para chegar ao meio-dia em casa para, logo em seguida, escutar
o Paulo Sant’Ana, gremista como eu, doente como eu pelo Grêmio e apaixonado
como eu pelas mulheres. Como o Paulo Sant’Ana, eu também sou apaixonado pelas
mulheres e pelo Grêmio!
Então,
esta homenagem é para esse Programa que traz as informações não só com o Paulo
Sant’Ana, mas com todos os seus jornalistas; com o jeito de ser e a forma de
apresentar da Cristina e da Rosane, que chamam o telespectador para elas; com o
Lasier, que é uma marca no nosso jornalismo.
Eu
fico contente e satisfeito com esta homenagem na nossa Casa; por isso eu fiz
questão de falar - tanto que cheguei a trocar com o Ver. Carlos Todeschini, eu,
que sou do PDT, e ele, que é do PT -, porque a homenagem é muito justa.
O
Sr. Haroldo de Souza: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço pelo aparte, Ver.
Mario Fraga, e eu queria, já que você falou em mulher, dizer que o fraco do
Paulo Sant’Ana sempre foram as mulatas - não quer dizer que mulata não seja
mulher, mas esse é o seu fraco.
Quero
saudar o programa em nome do PMDB, e dizer que hoje estão reunidos vários
talentos, pessoas talentosas naquilo que fazem: a Cristina Ranzolin, o Lasier
Martins, e temos estrelas como o Paulo Sant’Ana - que é responsável por eu
viver no Rio Grande do Sul; eu agradeço a ele sempre pelos 32 anos que eu estou
aqui. Há 32 anos, eu devo isso a um cidadão, que é um gênio.
Neste
momento, queremos abraçá-los carinhosamente, e agradecer em nome do povo de
Porto Alegre, do povo do Rio Grande do Sul, pelo talento que vocês emprestam,
nos dão todos os dias, enaltecendo-nos, nós, que fazemos uma das melhores
comunicações do País, senão a melhor, e sonhando alto, querendo já atingir
também a América e o mundo. É ou não é, Sr. Paulo Sant’Ana? Muito obrigado.
O
SR. MARIO FRAGA: Muito
obrigado, Ver. Haroldo de Souza. Meus parabéns a vocês, da família RBS, do
jornal, Paulo Sant’Ana, a quem, de público, o Haroldo faz essa declaração
também.
Então
nós, aqui da Câmara, também agradecemos ao Paulo Sant’Ana por ter deixado o
Haroldo aqui em Porto Alegre, que é um excelente colega, um excelente Vereador,
um excelente narrador, que tem marcado a nossa Cidade e de quem o povo de Porto
Alegre já gosta tanto. Esta homenagem é merecida. Meus parabéns ao Ver. Elias
Vidal; a nossa Cidade está muito tranqüila com as informações que vocês têm
passado, e a gente espera que fiquem mais muitos e muitos anos apresentando
esse Programa; que a equipe de vocês vá crescendo para cada vez mais informar o
nosso cidadão de Porto Alegre, do nosso Estado e do nosso Brasil, pois o
Programa é assistido em todo o País. Muito obrigado, e vida longa para o
Programa! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. Mario Fraga. O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra em Comunicações.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Ilma. Presidenta, Verª Maria Celeste, é fantástico para esta Casa ver todo o
Jornal do Almoço aqui, as suas estrelas, e este locutor que vos fala tem um
poema que termina assim: “... só a escuridão e os poetas ressaltam as
estrelas”.
Pois
nós estamos nesta claridade aqui, porque o horário do almoço é o horário da
quebra, é o horário da cultura latina, da coisa mais sagrada que tem, que é a
nutrição. Nós, que nos nutrimos, para nossa felicidade, com alguns excessos da
circunferência abdominal, pois temos essa felicidade de não passar fome num
País onde tem muita gente com fome. E essa quebrada que nós damos na hora do
almoço é porque nós vivemos numa sociedade que nós fizemos, que é a sociedade
da pressa. A sociedade da pressa é, muitas vezes, acompanhada pela sociedade do
medo, Haroldo.
Aliás,
quero discordar de ti, que mulher não é o fraco do Paulo Sant’Ana; é o forte
dele.
Na
sociedade da pressa, nós tentamos sobreviver às vezes contra o relógio, mas
essa parada para conversar com a família é fantástica, porque nós nos sentamos
à mesa, falamos com os nossos filhos, com a nossa mulher, com os nossos afetos.
É um panorama, Lasier, que nos refaz, que nos recarrega nossas baterias. E,
principalmente, nós temos o costume, mesmo conversando a uma pequena distância
da mesa principal, de ter permanentemente ligado o JA, onde a gente tem mote
para as conversas, onde a gente se atualiza.
Para
este Vereador que, de manhã cedo vai para o hospital, sai de lá, vem para cá e
passa à tarde aqui, a informação é decisiva, ela é definitiva; vocês não sabem,
não calculam o quanto! Claro que sabem, Raul, mas não calculam a importância
dessa fantástica rede, dessa coisa de que o Pierre Lévy tanto fala, dessa net,
dessa chegada, dessa fantástica invasão de um jornal dentro de uma casa.
Eu queria saudar vocês todos, mas eu vi um
sobrenome tão maravilhoso pelo qual eu sou apaixonado: é o de José Pedro
Villalobos. Eu sou apaixonado pelo Heitor Villa-Lobos, que, para mim, é um
deus, um deus que previu inclusive a nossa miscigenação. E nós falamos em
música, nós falamos em tantas notícias de tantos matizes na sociedade em que
vivemos, que, queiramos ou não, é desgraçadamente, profundamente, violenta; aí,
então, o pensamento maior desse Jornal, que é o espelho dos acontecimentos, mas
é também a terapêutica nossa, é também a novidade do novo, deixando o velho de
lado, passando para a coisa nova, para a coisa recente. E essa recenticidade
nos empurra para frente; o Jornal é o motor da nossa atividade diária.
Um fantástico pensador brasileiro, o sociólogo
Gustavo Ribeiro - ele tem um livro que é um sucesso agora -, diz
que o mundo encolheu por vários motivos, o primeiro foi indiscutivelmente a
aviação, porque houve a proximidade geográfica. Mas há a instantaneidade da
imprensa, especialmente do jornal, e especialmente da tevê - porque nós vivemos
a era da imagem; nós não lemos mais, nós vemos -, e fundamentalmente dessa
forma de falar, de apresentar, de interlocução fantástica com as pessoas que,
muitas vezes, não têm um saber, mas já têm essa informação, que é o ponto de
partida do saber. Acho indiscutível que nós precisemos entender essa
comunicação, nesta sociedade da violência, como alguma coisa antiviolência,
porque não há coisa mais violenta do que a pior doença que existe neste
milênio, que é a depressão. E a depressão que nós remediamos muitas vezes com a
dependência do álcool, da nicotina, do jogo, e, por uma questão econômica, nos
livramos da depressão, às vezes, fazendo compras, e quem não puder fazer
compras, vai ser violento na sociedade de consumo?
Nós temos essa informação, essa nutrição fantástica
da alma que temos com a informação; essa nutrição fantástica do corpo que nós
temos, porque, no programa Jornal do Almoço nós “almoçamos a notícia”.
Certamente, nós temos aí também um comprimido antidepressivo na hora do almoço,
que faz com que nós sejamos, assim, pelo menos por alguns instantes, menos
deprimidos, menos violentos, um pouco mais felizes, e essa felicidade é trazida
por vocês.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D'AVILA: Exma Presidenta,
Maria Celeste. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Estou
ocupando a Liderança do PDT exatamente para ampliar as palavras do Mario, que
falou em seu nome, para falar em nome da Bancada: Ervino, Neuza, Márcio. E vou
ampliar, falo também em nome dos Secretários, porque ontem à noite falei com
eles: o Márcio, o Bosco e o Fortunati; portanto, falo em nome do PDT.
Ouvindo os meus colegas fazerem esta saudação, nós
só podemos ampliá-la, primeiro, dizendo que o programa Jornal do Almoço não
deveria se chamar dessa forma; deveria chamar-se “Jornal da Sobremesa”, dada a
sua doçura, a sua leveza e a sua boa digestão para todos aqueles que o
acompanham como o líder absoluto de audiência em nosso Estado.
E os diversos quadros do Jornal do Almoço se autocompletam em uma simbiose
perfeita. Aqui estão a Cristina e a Rosane que apresentam as notícias, que dão
o colorido especial com a sua simpatia, sua empatia, sua beleza; enfim,
coadunam com a seriedade do comentarista Lasier Martins e do Paulo Sant’Ana.
Então
eu quero dar os parabéns à Direção, ao Raul, aos demais aqui presentes, porque
sabem exatamente coadunarem as questões leves das notícias, às vezes, não tão
leves, mas, de qualquer maneira, notícias reais, e os comentários sempre
sóbrios com assuntos pertinentes e atualizados, muito atualizados.
Acompanhamos
a apresentação dos antigos componentes, que hoje brilham em outras searas, como
o Clóvis Duarte, por exemplo; trouxeram pessoas que nós não sabíamos onde
andavam, como a Suzana Saldanha e outras, que significaram a história do Jornal
do Almoço; a Maria do Carmo, que teve uma passagem muito forte e positiva na
política. E, então, mostra - como eu disse aqui ao Nelson Sirotsky e aos
demais, nos 80 anos da Rádio Gaúcha - Lasier, que, assim como a Rádio Gaúcha
nos seus 80 anos acompanhou e fez a história deste Estado e desta Cidade, o
Jornal do Almoço retratou, nesses 35 anos, a história do Rio Grande do Sul e a
história desta Cidade.
E
a interiorização do Jornal do Almoço mostra a sua profundidade e o seu alcance.
O Sant’Ana mesmo diz que quando vai a cidades do Interior, outro dia - não é
Cristina? - muito vento lá em Passo Fundo, mas, assim mesmo, a população
comparece aos milhares, aos borbotões. Por quê? Porque vão ver os seus ídolos,
os seus ícones, que todo o dia aprecem no vídeo. Nós aqui estamos mais
acostumados, porque nos encontramos.
O
Paulo já passou brilhantemente por esta Casa. Paulo, eu não sou de fazer
elogios, se eu quisesse até omitia, porque mal-educado é quem não faz elogios.
O Paulo era impressionante, o Dib sabe, os mais antigos sabem, ele trabalha
muito, é homem da noite, portanto, dorme pouco, e ainda chegava às 16h, na
Ordem do Dia, dava uma olhada no que estava acontecendo, ia para a tribuna e
discutia os assuntos como se tivesse passado a noite estudando-os. Realmente,
Paulo, a tua passagem por aqui foi brilhante.
E
eu até sou teu seguidor - e o próprio autor desta homenagem, o Elias, também,
já está me seguindo - na idéia que ainda há de corporificar-se, que é o
cercamento da Redenção, que é idéia tua.
Agora,
por exemplo, pessoas, de mãos dadas, cercaram o Instituto de Educação, que está
sendo roubado todos os dias, todo o dia achincalhado, todo o dia depauperado. E
o que eles pediram? O cercamento.
Por
quê? Para ficar mais bonito? Não! Vai ficar mais feio, mas, infelizmente, a
violência dos dias atuais leva os edifícios, leva os apartamentos, e,
principalmente, os moradores dos primeiros andares a terem de se proteger.
É
uma questão que refoge ao nosso controle.
E
o Lasier, fomos contemporâneos de faculdade, ele e o irmão, brilhantes na nossa
geração, e, hoje, vejo-os consagrados. Deixou o esporte como o Armindo - não é
Cristina? -, mas teve passagem brilhante também no esporte. E, hoje, as suas
opiniões são acatadas pelas pessoas, pela sua seriedade, pela sua eficácia e
pela sua sensatez. Há que ser sensato. Barbaridades, loucuras e eloqüências,
nós dispensamos.
Por
isso um veículo, como o Lauro diz, na Rádio Gaúcha, de 100 quilowatts, é um
foguete, uma potência, e o Jornal do Almoço é mais ainda: é a eficiência da voz
com a imagem, ou seja, casam duas questões fundamentais.
Então
encerro, dizendo, aliás não preciso dizer, mas digo apenas para enfatizar, da
responsabilidade, Raul Costa Júnior, tu, que há muito tempo és um diretor
eficaz, trazendo sempre o equilíbrio incrível da força do vídeo, que deve-se
considerar que qualquer opinião que não seja calcada numa realidade palpável e
sensata, por aquele “canhão”, pode transtornar mentes e induzir, às vezes, até
a um pensamento equivocado, o que não é o caso, nunca foi o caso. Eu estou
dizendo isso exatamente para manterem-se nesse padrão de qualidade, de
eficiência e de profissionalismo.
Quero
me dirigir, pedindo escusas pela particularidade, mas, neste momento, tenho
certeza que vou obter, especialmente à Cristina, não é só por laços de grande
amizade e simpatia, mas também por laços de parentesco, inclusive sua mãe fez
com que ela nascesse no dia 28 de outubro para ser do mesmo dia que eu, uma
homenagem que a Iara me fez e cuja simpatia e doçura, não sou eu quem digo, é
reconhecida por todos que a conhecem, porque é realmente um orgulho para a
família e um orgulho para o Rio Grande. Um abraço a todos, e, como todos aqui
já repetiram, que o Jornal do Almoço dure muito ainda, para que nós, de casa,
possamos acompanhar as notícias, os fatos, a realidade, de Porto Alegre e do
Rio Grande. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Em nome da minha Bancada e também do Ver. Professor Garcia, quero parabenizar o
Ver. Elias Vidal por esta justa iniciativa de homenagear o Jornal do Almoço.
Quero também saudar, de uma forma muito especial, as apresentadoras Cristina
Ranzolin e Rosane Marchetti, duas referências femininas para o jornalismo e
para as mulheres gaúchas. Mulheres que agregam às suas inquestionáveis belezas
a competência, o profissionalismo, a responsabilidade social que demonstram quando
emprestam as sua prestigiosas e reconhecidas imagens a campanhas significativas
na defesa da Saúde, da infância e da garantia dos direitos das mulheres. Eu
queria saudar, neste momento, também, posso dizer que é um amigo, Lasier
Martins, um competente, experiente jornalista; queria saudar o questionador,
polêmico Paulo Sant’Ana, e gostaria de dizer que é um prazer poder falar, neste
momento, quando homenageamos o Jornal do Almoço ao completar 35 anos de
atividade. O Jornal do Almoço, que é hoje mais do que um hábito para os espectadores
gaúchos, já se constitui uma necessidade. A ousadia e o pioneirismo de
ingressar em um horário dominado pela chamada mídia-irmã, o rádio, e tratar de
outros temas que até então eram preteridos, como o esporte, revelou-se um
sucesso. Na mistura de atualidade, descontração, cultura e compromisso com a
credibilidade da informação, o Jornal do Almoço foi construindo os alicerces do
que se consolidou como um gênero do telejornalismo, repleto de sucesso. Duas
décadas de constantes aperfeiçoamentos, novas demandas dos espectadores foram
sendo anexadas àquela que era a proposta original, demonstrando o profundo
compromisso com a atualidade e com o ritmo das mudanças tecnológicas
construídas pela humanidade. As modificações no perfil do telespectador e as
transformações tecnológicas estiveram aliadas às alterações nem sempre
tranqüilas do cenário político e institucional brasileiro e a tantas incertezas
econômicas que marcaram nossa história recente.
Nos 45 minutos do Programa, a alma contemporânea
convive perfeitamente com aquela necessidade que todos nós temos de ver um
pouco da nossa própria imagem e da imagem da nossa comunidade na telinha. No
Jornal do Almoço, convivemos, ao vivo, com os mais importantes eventos do
interior do Estado, festejamos a passagem dos aniversários dos nossos
Municípios e aprendemos, com isso, a respeitar gestos de tantas gaúchas e de
tantos gaúchos que se esforçam, no seu dia-a-dia, para construir um Rio Grande
mais solidário e próspero. Em Porto Alegre, a Cidade que tem acolhido tantas
pessoas do interior do Estado, essa proximidade trazida pelas imagens do Jornal
do Almoço tem ainda, para nós, um significado muito especial. Esta homenagem
serve também para recordarmos pessoas que foram vitrines no Jornal do Almoço, e
celebrarmos os que hoje têm a missão de continuar a ser ousado e moderno, sem
nunca esquecer a importância da proximidade. Parabéns a todos e a todas que
integram a equipe desta receita de sucesso e coletividade. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, Verª Maria
Celeste, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, homenageados que comparecem, aqui,
representando o Jornal do Almoço, todos os senhores e senhoras são admirados
por toda a população do Rio Grande do Sul por tudo aquilo que representam em
informação e opinião, e por isso mesmo esta Casa do Povo de Porto Alegre cumpre
hoje o seu papel, graças a este Requerimento do Ver. Elias Vidal, homenageando-os,
como nós devemos fazer sempre que temos um destaque em qualquer um dos setores
da nossa sociedade. Como o Jornal do Almoço se destaca em termos de informação
e de opinião, eu acredito que esta Casa não poderia tomar um outro caminho
senão este. Mas aqui nós temos pessoas que já passaram por esta Casa, como é o
caso do Paulo Sant’Ana, que neste exato momento não está aqui presente, mas foi
um Vereador que fez com que esta Casa tivesse realmente uma dimensão maior com
a sua presença. Com toda a certeza, todas as vezes que o Sant’Ana vinha para a
tribuna, ele era assistido por uma legião de fãs que vinha aqui, para o
Plenário, para ouvir as palavras do Sant’Ana ou para ouvi-lo cantar também aqui
da tribuna. Ele canta também, Lasier.
Lasier, eu falei para o meu companheiro de Bancada,
o Ver. Sebenelo, que eu fazia questão de vir aqui participar desta homenagem,
porque, como o Jornal do Almoço é informação e é opinião, eu queria ler uma
denúncia que chegou ao meu gabinete, e eu acho que ela é muito própria para o
Jornal do Almoço, porque, afinal de contas, faz parte desse rol da violência em
que estão, na verdade, inseridos praticamente todos os setores da nossa
sociedade. Eu tenho esta denúncia assinada no meu gabinete. No dia 26 de março,
por volta das 6h30min da manhã, uma senhora teve a sua casa invadida por 11
agentes da Polícia Federal. Apontaram armas, acordaram o seu filho de 14 anos,
a sobrinha, de 11 anos, que estavam dormindo. As armas estavam apontadas para
as suas cabeças, fazendo-os colocar as mãos para cima. A denunciante, que tem
problemas cardíacos - e eu tenho os exames também lá no meu gabinete -,
desmaiou, e somente foi permitido que ela se medicasse quando já estava roxa.
Os agentes alegaram que isso se tratava de chilique para impedir a operação. A
tortura psicológica somente foi encerrada quando um dos policiais alertou os
demais de que eles estavam na casa errada. Eles estavam no número 657 e a casa
que eles queriam entrar era de número 645. Saíram da residência da denunciante
sem qualquer gesto de desculpas,
ou qualquer reparação. Essa senhora foi até uma DP próxima da sua casa, e lá
ela foi informada que nada poderia ser feito, porque ela deveria se dirigir à
sede da própria Polícia Federal. Eu vou, imediatamente, enviar uma correspondência
para o Delegado responsável pela Polícia Federal, a fim de que ele tome todas
as providências para que esses agentes, falsos heróis, possam ser punidos
devidamente.
Mas
eu faço questão, neste dia em que aqui nós estamos homenageando o Jornal do
Almoço - já que é bem do estilo do Jornal do Almoço, ter notícias sempre
informando as coisas que acontecem no dia-a-dia para a população, e também
dando opinião sobre esses assuntos -, de trazer esta notícia, porque ela acaba
de chegar ao meu gabinete. Ela está assinada - não é uma denúncia anônima - por
uma pessoa que tem endereço, aqui está o seu nome, e essa pessoa está com medo,
é claro, de represálias por parte da Polícia Federal, do que pode acontecer;
ela está com medo, inclusive, de ir até a Polícia Federal para poder, de
repente, lá, dizer para o próprio Delegado o que aconteceu, mas é um fato que
aconteceu tão recentemente, e por uma Polícia que, muitas vezes, nós elogiamos,
e já homenageamos aqui neste Plenário. Eu faço questão, realmente, de dizer
para vocês, que são realmente o apogeu da comunicação, que, neste dia em que
estão sendo homenageados, possam levar também lá para o Programa estes
acontecimentos em que são protagonistas os agentes da Polícia Federal.
Parabéns
a vocês que, realmente, tão bem fazem à nossa sociedade. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Dr. Goulart.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Quero, em especial, citar duas figuras verdadeiramente âncoras
desse programa: Lasier Martins, colega de Faculdade; e Paulo Sant’Ana,
ex-Vereador, brilhante Vereador desta Casa.
Eu
fico a meditar quando a Casa do Povo - e quando fala a Casa, fala a Cidade -
homenageia o Jornal do Almoço: se estamos homenageando ou sendo homenageados,
pela importância que o Jornal do Almoço vem tendo, vem produzindo ao longo de
35 anos.
Quando
o Jornal do Almoço iniciou, afrontou, por assim dizer, um dos tripés da
comunicação social, o rádio, que inquestionavelmente é mais velho que a
televisão e sempre gozou de um prestígio muito grande. E a crítica
especializada dizia: “é ousadia, é pioneirismo; afinal, dá certo ou não dá
certo?” E hoje chegamos nesta data magnífica, aqui, na Casa do Povo da cidade
de Porto Alegre, comemorando os 35 anos do Jornal do Almoço, que tem, na sua
história, figuras notabilíssimas do rádio, da televisão e do jornal, e continua
com quadros de uma verdadeira seleção de talentos. E tem uma conotação que eu
reputo singular: o charme que carrega o Jornal do Almoço e o poder de
renovação; a cada dia é um novo programa, é um novo momento, é uma nova emoção.
Cumprimento o Ver. Elias Vidal, que em boa hora
traz essa homenagem. Falo aqui em nome do PTB, dos Vereadores Brasinha - Paulo
Sant’Ana é mais gremista que V. Exª -, Nilo Santos, Dr. Goulart, Maria Luiza,
porque este é um momento importante. A Cidade que quer agradecer, e somos
apenas instrumentos aqui, meu caro colega Lasier - da Faculdade de Direito da
Universidade do Rio Grande do Sul, quando varávamos as noites na faculdade.
Portanto, este é um momento excepcional, porque
vivemos, inquestionavelmente, a era da comunicação; não se vive sem
comunicação. É tão impressionante o fator comunicação, comunicação social, na
vida das pessoas, que se entrarmos em uma casa na cidade ou no interior,
facilmente encontraremos ligado um aparelho de televisão, e não tenho e não sei
de levantamentos e freqüências, mas não há casas por este Rio Grande em que não
se esteja, nesse horário, assistindo ao Jornal do Almoço. Está incorporado o
Jornal do Almoço no quotidiano das nossas vidas; é algo como que não pudéssemos
abrir mão, pois já se tornou hábito de todos nós assistirmos ao Jornal do
Almoço, com seus variados quadros, e que carrega ali a informação, a notícia, a
opinião, enfim, todo um conjunto de informações necessárias ao homem
contemporâneo.
Então, este é um momento importante, quando a Casa
do Povo, em nome deste povo e desta Cidade, quer agradecer ao “Jornal do
Almoço” por tudo o que ele tem feito e vem fazendo, opinando, enfim,
informando, trazendo alegria, beleza, meu caro Paulo Sant’Ana, aquele charme e
a impressão, muitas vezes, que se tem do Jornal do Almoço que as coisas ali são
improvisadas, tal a descontração, mercê, evidentemente, do talento que o Jornal
do Almoço reúne nas figuras aqui mencionadas e presentes à Mesa e tantas outras
figuras históricas que, por assim dizer, pontificaram esse 35 anos de séria,
boa, competente e verdadeira informação.
Portanto, receba o Jornal do Almoço a nossa
homenagem que é a homenagem da cidade de Porto Alegre, que é a homenagem do
povo de Porto Alegre pelo que realizam, pelo que produzem, pelo que ensinam,
pelo que informam. Portanto, este é um momento importante que a Casa não
poderia, Ver. Elias Vidal, deixar passar em brancas nuvens. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Em especial, saúdo o Paulo Sant’Ana. Aliás, Paulo, tu és um dos
motivos que me traz a esta tribuna, porque tu és um dos poucos gremistas que eu
amo muito, além disso um homem inteligente, o que faz com que eu não goste
muito de um colorado, como o Kenny, porque, apesar de todo o carinho que tenho
por ele, tu dá de dez; é o único que eu posso dizer nesse sentido, pela tua
cultura, pela tua grandeza, um homem culto, sábio e um excelente escritor que
me comove todos os dias. Então, recebam todos a mesma homenagem, mas tu sabes
que tenho esse carinho especial.
Eu
queria iniciar a minha fala, dizendo que se hoje fosse um dia de nós aqui
trazermos as tristezas que nos cabem e a que assistimos no dia-a-dia, teríamos
uma lista muito grande para falarmos do Governo do Estado, da Prefeitura
Municipal e, que pena, Ver. Luiz Braz, que seja justamente da Polícia Federal,
e se realmente isso aconteceu, tem que de fato haver o rigor necessário da Lei.
Mas eu não vim fazer isso hoje, porque parece que não cabe, ao menos, no meu
ponto de vista.
Hoje, Lasier, é um dia de alegria e de festa, como
nós, formadores de opinião, a RBS TV, pela importância e significado, pelo grau
de amplitude, passa a ser como algo antropológico, entre o profano e o sagrado,
e as palavras de cada um e de cada uma passam a ser uma verdade. E tem horas em
que eu brigo, pois nem sempre a gente concorda, e isso tem que ser respeitado
numa democracia; ali, na telinha sentimos a alegria, discutimos com quem está
falando, porque nem sempre vem ao nosso encontro.
A RBS TV é o nosso Jornal do Almoço, pois, onde eu
nasci, no interior de Lajeado, depois passou a ser interior de Progresso, em
Campo Branco, na televisão em preto e branco, ainda menina, eu lembro, claro
que não o rosto de todos, mas de muitos e que inclusive aqui não estão, e eram
deles que eu recebia as informações; era através dali que nós nos sentíamos
integrados no universo. Então, tem um papel importante, sim, e que bom.
Eu nunca participei do Programa Jornal do Almoço,
mas tive a oportunidade de participar contigo, meu grande amigo em muitos
momentos de questões decisivas para a nossa Cidade, com tantos temas que temos
ainda que discutir e que estão aí, como a questão da maioridade penal, do meio
ambiente, aliás, eu chequei há pouco em Porto Alegre e achei que estava
chegando em Teresina, de tão quente que está a nossa Cidade, inclusive em
relação à Brasília.
Então, com um meio de comunicação como este, a
responsabilidade que temos, independente se gostamos ou não, é de assistir até
mesmo para contrapor, porque se nós não tivermos um espaço para ouvirmos o que
está acontecendo, ouvindo a opinião de todos e o respeito que os meios de
comunicação têm com as diversas opiniões, dificilmente a população - e por isso
também, talvez, uma parte do conteúdo da sabedoria da população do Estado do
Rio Grande do Sul, vem através deste momento, deste primor que nós temos -
almoça sem a sobremesa do Jornal do Almoço.
Por isso, um carinho, um abraço em especial a todos
vocês que chegam todos os
dias nas nossas casas. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Verª Maristela Maffei. Não há mais inscrições.
Concedo
a palavra, agora, ao Jornalista Raul Costa Júnior, Diretor de Telejornalismo da
RBS TV.
O
SR. RAUL COSTA JÚNIOR:
Em nome de toda a equipe do Jornal do Almoço, gostaria muito de agradecer as
referências carinhosas, elogiosas ao reconhecimento de um trabalho longo.
Enquanto
os Vereadores falavam, eu estava me lembrando: o que estava acontecendo no
mundo, em 1972? Em 1972, o homem recém tinha chegado à lua, fazia dois anos; as
primeiras transmissões via Embratel estavam sendo feitas no Brasil; fazia recém
um ano e meio que tinha um grande telejornal, que era o Jornal Nacional; e
fazia uns quinze dias, mais ou menos, que tinha estreado a TV a cores no
Brasil. E nesse ambiente em que se falava muito em aldeia global, que o mundo
vai ser cada vez mais global, ter menos espaço para o local, os pioneiros, os
fundadores da RBS acreditaram em algo que era chamado de loucura na época, que
era apostar no local, era abrir emissoras no Interior, era investir em equipes
no Interior.
Eu
anotei algumas coisas que eu me lembro que diziam muito: “É impossível fazer
tevê no interior do Rio Grande do Sul; ninguém vai assistir!”. Dizia-se que era
impossível colocar notícias ao meio-dia, que era uma grande loucura isso.
Diziam: “Não tem audiência ao meio-dia. Ao meio-dia, não se assiste à
televisão em nenhum lugar do mundo”! Dizia-se que um telejornal tinha que ser
sério, carrancudo, que as pessoas tinham que estar engravatadas, tinham que
estar posando, tinham que ter uma voz grave, uma voz de locutor de rádio - como
se falava na época -, e se dizia muito que Porto Alegre não quer saber do
Interior, que o porto-alegrense só quer saber de Porto Alegre.
E
a RBS acreditou profundamente que nenhuma dessas premissas era verdadeira. E
acho que a síntese de todo o trabalho que foi feito pela RBS, nesses últimos
anos, e que é a síntese da RBS, é o Jornal do Almoço. É a síntese do
compromisso que nós temos com o Rio Grande do Sul, do compromisso de ter valores
dos gaúchos, dos porto-alegrenses; um compromisso de uma televisão feita por
gaúchos e porto-alegrenses. Quando muito se fala em modelos daqui, em modelos
dali, em trazer modelos de tal lugar, trazer modelos de sucesso, que fazem
isso, que fazem aquilo, a RBS acredita no mais simples, que é fazer o retrato
das comunidades onde ela atua. E eu acho que o Jornal do Almoço tem este grande
mérito: ele é a nossa cara. Eu não estou falando como jornalista, como Diretor
da RBS, eu falo como gaúcho, e eu acho que o Jornal do Almoço é a cara de todos
nós; é o momento em que a Cristina elogia o Inter, o Sant’Ana retruca e sai
brabo - às vezes, as pessoas acham que é brincadeira, mas ele sai brabo mesmo
do estúdio -, a Cristina fica furiosa com ele; o Lasier estoura o tempo, aí a
Rosane fica braba porque o Lasier estourou o tempo. Então, esse tipo de coisa
dá uma verdade para o programa que me orgulha muito. Eu não tenho papel nenhum
no programa; o meu único papel é administrar as feras, que já é um baita papel.
O Nelson diz que o papel de administrar as feras é o papel mais difícil que tem
no programa; e esse é o meu papel.
Um
exemplo do carinho da comunidade: cada vez que falta água em algum lugar, as
pessoas ligam para a TV e querem falar com o Jornal do Almoço; quando volta a
água, e a água volta suja, eles ligam para o Jornal do Almoço para reclamar. Se
a gente faz a matéria, as pessoas ficam agradecidas; se a gente diz que não tem
condições, porque a equipe já está em outro lugar, as pessoas não acreditam e nos
dizem: “Não, vocês têm que ter equipe, o Jornal do Almoço tem que ter equipe”.
Então, isso retrata muito a relação que nós temos. O Jornal do Almoço é feito
por gaúchos para gaúchos, por porto-alegrenses para porto-alegrenses. E eu
tenho muito orgulho disto: esse compromisso com o Rio Grande do Sul é um
orgulho muito grande.
Outro
dia, eu estava dando uma palestra no Rio de Janeiro e, quando eu falei sobre o
que a gente fazia aqui, um produtor do Paraná disse que queria dar uma idéia
para nós aplicarmos no Rio Grande do Sul. Eu disse a ele que eu não queria ver
a idéia dele, porque nós temos que fazer coisas dos gaúchos para os gaúchos. O
cara me chamou de bairrista, e eu disse que eu adoraria que no Paraná se
fizessem coisas dos paranaenses para os paranaenses, e não gostaria de ver
gaúchos fazendo coisas lá. Isso não é bairrismo; isso é uma visão do
compromisso com a comunidade. E eu acho que esse nosso compromisso é muito
forte.
Só
para vocês terem uma idéia, são 324 companheiros - só em Porto Alegre - fazendo
a produção dos telejornais que se refletem no Jornal do Almoço. É um trabalho
feito 24 horas por dia, sete dias por semana. No sábado à noite, há a equipe
circulando pela Cidade para captar notícias e imagens que são retratadas. São
25 repórteres da equipe de reportagem, todos os dias, só em Porto Alegre, e 70
no Interior. Eu já perdi as contas do número de quilômetros que se roda para
poder retratar o Rio Grande, mas nós temos muito orgulho disso. Nós somos e nós
procuramos ser a cara do Rio Grande do Sul.
Agora,
para falar claramente sobre o que é o Jornal do Almoço, eu teria uma crise na
equipe, hoje, se eu não abrisse espaço para o Paulo Sant’Ana e para o Lasier
Martins. Então, eu pediria que ambos falassem dois minutos. Se a senhora
pudesse colocar cronômetro... Porque senão os dois explodem o tempo. Então, tem
que botar no cronômetro para os dois falarem dois minutos. Lasier e Sant’Ana,
eu pediria que os dois dessem uma palavrinha.
(Não
revisado pelo orador)
O
SR. PAULO SANT’ANA: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, para mim é particularmente emocionante participar
desta Sessão aqui na Câmara Municipal, porque aqui eu vi escorrerem 16 anos da
minha vida, entre pensamentos, idéias, sentimentos, convicções, decepções,
emoções passadas e vividas. E senti-me, ainda há pouco, quando os Vereadores me
acenavam, me cumprimentavam ou diziam meu nome na tribuna, como se eu ainda
fosse Vereador. Foram dias de convivência muito útil para mim, foram dias de
intensa luta. A vida estava transcorrendo aqui, e eu no rádio, no jornal, na
televisão, estudante de Direito e Vereador. E eu não sabia que a minha
existência estava sendo, ao mesmo tempo em que aproveitada, consumida nestas
tribunas, nestes corredores. Esta Casa eu sinto como se fora minha. E é minha,
e é do povo.
Os
meios de comunicação têm uma função idêntica à da Câmara de Vereadores. Vocês,
Vereadores, são como nós, comunicadores: nós somos depositários da confiança
popular; nós somos representantes do povo. Então, as nossas condições são
análogas, senão idênticas. Muito obrigado por esta homenagem. Eu sinto nos meus
companheiros um orgulho de ter vindo aqui, uma vontade de ter vindo aqui aqui e
uma honra de ter vindo aqui receber de vocês esse carinho ímpar que vocês estão
nos tributando. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. LASIER MARTINS: Srª
Presidenta, Maria Celeste; ilustre Ver. Elias Vidal, que teve a gentileza de
propor esta Sessão especial, que muito nos desvanece; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, vou tentar me cingir ao espaço
estabelecido pelo meu prezado Diretor, Raul Costa Júnior, que já falou muito
bem em nosso nome e ressaltou a importância e o tamanho de uma grande equipe.
Nós não somos apenas este grupo que aqui está à Mesa, mas nós somos muitos,
que, de uma forma quase anônima, trabalham por este programa há tanto tempo.
Agora, eu fico muito satisfeito, muito honrado de estar aqui e, mais ainda, de
ter esta breve oportunidade de dizer duas ou três palavras, porque estivemos
aqui, por mais de uma hora, ouvindo os senhores e as senhoras derramarem
generosamente avaliações, elogios, retrospectos de um programa que alcança 35
anos de existência. E fiquei pensando por que será que isso está acontecendo.
Será porque a comunicação vive uma época de ouro? E de fato vive, quanto mais
civilizados nós ficamos, mais nós precisamos de informações, e, hoje em dia,
somos encobertos, o tempo todo, de informações - rádio, televisão, jornais e
este meio recente, aberto e rápido, que muda costumes e comportamentos, que é a
Internet; enfim, nós precisamos de comunicação.
Mas,
por tudo o que eu vi, eu vou me convencendo de que nós resumimos tudo isso num
breve programa de televisão há 35 anos, e, mais do que isso, porque nós
procuramos interpretar sentimentos, apreensões, alegrias da nossa gente,
falando a linguagem da nossa gente. É assim que nós fazemos o nosso Jornal do
Almoço.
Disse
o Ver. Nereu que poderíamos mudar o nome para Jornal da Sobremesa; digo eu que
nem sempre, pois às vezes nós servimos pratos muito salgados, às vezes servimos
carne de pescoço, mas, também, às vezes, servimos coisas doces. E é isso que
faz o Jornal do Almoço, porque é o que vive diariamente a nossa sociedade:
coisas boas e más, esperanças, frustrações; e é esse o sentido do Jornal do
Almoço. Eu entendo, como integrante há 20 anos desse Programa, que é por isso
que alcança, hoje, felizmente, essa liderança de audiência, essa receptividade
e, inclusive, esta homenagem que para nós se constitui no ponto mais alto,
porque aqui está a representação de uma população - e a população
porto-alegrense sintetiza o Rio Grande do Sul.
Então,
Srs. Vereadores, muito obrigado, repetindo o que já disse o Raul Costa Júnior,
já disse o Sant’Ana, nós estamos aqui muito alegres, muito honrados e com o
compromisso de, cada vez mais, continuar protagonizando esse tipo de
programação que tem alcançado tanto agrado. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. RAUL COSTA JÚNIOR: Srs.
Vereadores, eu gostaria de agradecer profundamente pela homenagem, me sinto
muito honrado em receber esta homenagem em nome da equipe, ainda mais receber
da Câmara da minha Cidade, porque tenho muito orgulho de ser porto-alegrense -
eu costumo brincar que sou um dos poucos porto-alegrenses que conheço, todo
mundo, aqui em Porto Alegre, vem do interior, e eu sou porto-alegrense com
muito orgulho, nascido aqui! Realmente quero agradecer profundamente pela
homenagem; estamos muito sensibilizados e obrigado pelo reconhecimento. Tomara
que a gente possa continuar fazendo jus à confiança dos porto-alegrenses, dos
gaúchos por mais 35 anos! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Muito
obrigada pela presença, e leve, com certeza, Sr. Raul, a manifestação dos 36
Vereadores, porque, embora pelo tempo regimental apenas alguns Vereadores
puderam ter o privilégio de falar no dia de hoje, tenho certeza de que todos os
36 Vereadores desta Casa gostariam também de se manifestar, mas se sentiram
contemplados por aqueles que puderam fazer a sua manifestação. Parabéns, e vida
longa para o Jornal do Almoço!
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h01min.)
A
SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste – às 16h07min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. Carlos Comassetto.
O
SR. DR. RAUL: Srª
Presidente da Casa, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e aqueles
que nos assistem através da TVCâmara, venho à tribuna, neste período de
Comunicações, num primeiro momento, para saudar a iniciativa do Protocolo de
Planejamento Familiar, que foi assinado há 30 minutos na Assembléia
Legislativa, onde eu tive a satisfação de estar representando esta Casa. O
Protocolo é entre o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a Assembléia, os
entes do Judiciário - tanto o Ministério Público como a Defensoria Pública - e
o Poder Judiciário do nosso Estado, e ficou bem clara a necessidade e a força
que vai ser feita pelo Estado, e também pela sociedade civil. Através desse
Protocolo foi criada uma Comissão entre os órgãos para que esse assunto seja
tocado de maneira forte e eficiente. Eu acho que isso já tarda por mais de 30
anos, está realmente no momento de o planejamento familiar ser efetivamente
implantado na Cidade, no Estado e no País.
Como
vocês sabem - eu acredito que já falei várias nesta tribuna sobre isso -, há um
Projeto meu que cria o Centro de Planejamento Familiar de Porto Alegre, e ontem
tive a satisfação de estar com o Prefeito Municipal e colocar essa questão,
quando ele se manifestou favoravelmente, desde que isso seja, também,
apropriado pela sociedade civil, ou seja, que os recursos também possam ser
vindos da sociedade civil.
Eu
queria deixar, neste momento, é uma sugestão ao nosso Governo Municipal de
Porto Alegre: que, assinando esse Protocolo de Planejamento Familiar - como
essa questão é muito forte no Município -, também seja criado no Município um
protocolo semelhante sobre o planejamento familiar, onde devam se fazer
presentes o Município - através do seu Prefeito, da sua Prefeitura -, a Câmara
Municipal, as entidades civis relevantes e também as suas Secretarias, como a
da Saúde, de Segurança e da Educação, principalmente. Acredito que o caminho a
ser trilhado é difícil; mas já está aberto, porque existe hoje, praticamente,
uma unanimidade da necessidade do planejamento familiar. Existem algumas formas
a serem discutidas para que isso seja, efetivamente, implementado, mas eu vejo
que o caminho já está aberto. Agora, a maneira melhor de transitar por ele é o
que nós estamos aguardando. Somos proponentes deste Projeto e, ao mesmo tempo,
desta iniciativa para que Porto Alegre também venha a criar o seu Protocolo de
Planejamento Familiar e mobilize as entidades civis para que, realmente, o
planejamento cresça dentro de nossa Cidade, porque nós precisamos ter aqueles
filhos que realmente a sociedade possa criar de maneira equilibrada. Que as
famílias decidam sobre isso, para que não haja gravidezes indesejadas, para que
não haja mães cuidando de famílias sem pais. Enfim, nós precisamos de uma
atuação social mais forte nessa área.
Acreditamos
que os programas sociais do Governo Fogaça estão num bom caminho, eles têm dado
um bom resultado, mas o planejamento familiar tem que estar dentro deles, até
para que as crianças que nasçam, sejam aquelas que nós, como cidadãos,
realmente queiramos e possamos administrar, criar, dar carinho e dar uma
possibilidade de cidadania melhor. Para que o Brasil possa não ser um País de
terceiro ou quarto Mundo, mas, com dignidade, ingressar num Primeiro Mundo de
modernidade, de saúde e de equilíbrio social. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores e Vereadoras; senhores e
senhoras; neste período de Comunicações, bem como na utilização, logo a seguir,
do tempo regimental para relato de atividade externa de representação, quero
fazer um relato da viagem que fizemos à Alemanha, representando esta Casa e o
Comitê Porto-Alegrense Pró-CeBIT.
Quero
começar, aqui, transmitindo a todos os senhores e senhoras, primeiro, o que é a
CeBIT. A CeBIT é a maior Feira de Tecnologia do Mundo, que é realizada,
anualmente, na cidade de Hannover. Essa feira também acontece descentralizada
pelo mundo. A CeBIT já organizou mais de mil congressos, fóruns, seminários com
sistemas e equipamentos digitais. Nessa edição da CeBIT, cerca de 45% dos
expositores eram da Alemanha; outros vieram de todas as partes do mundo, com a
participação de 6.332 expositores, demonstrando o que existe de mais avançado
em Tecnologia da Informação e da comunicação. Essa feira já acontece
descentralizada pelo mundo; além de na Alemanha, ela acontece em Sydney, na Austrália;
em Xangai, na China; em Istambul, na Turquia; em San Diego, nos Estados Unidos.
Na América do Sul ainda não aconteceu essa atividade.
Discutindo aqui nesta Casa e, principalmente, fora,
sobre o potencial dessa Feira, da qual participaram 77 países neste ano, cabe
levantar uma questão importante: a maioria das empresas que trabalham com TI,
no mundo, é pequena, e possui de zero a 20 trabalhadores. Então, no final do
ano passado conversamos principalmente com o Sr. José Antonioni, que é
presidente da Softsul, sobre a possibilidade de Porto Alegre reivindicar
a realização dessa Feira. No dia 22 de janeiro deste ano, foi constituído aqui
na Casa, coordenado pela nossa Presidenta Maria Celeste, o Comitê Pró-CeBIT
Porto Alegre. Esse Comitê é composto pela Câmara de Vereadores, pela Prefeitura
Municipal, pela Assembléia Legislativa do Estado, pela Secretaria de Ciência e
Tecnologia, Secretaria de Logística do Governo Federal, Câmara Brasil/Alemanha,
FIERGS, CUT, pelo Convention Bureau, Conselho Municipal de Ciência e
Tecnologia, pela Softsul, a Sucesus, representantes da Hannover, Sociedade de
Engenharia, SBPC, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e outros. Na
Câmara de Vereadores, além deste Vereador que aqui fala, os Vereadores Newton
Braga Rosa, Ervino Besson, Sebastião Melo e Bernardino Vendruscolo participaram
da constituição desse Comitê, e estamos trabalhando coesos sob o ponto de vista
de trazermos essa Feira para Porto Alegre. Fizemos um conjunto de reuniões
preparatórias em que constituímos esse Comitê Pró-CeBIT, que vai do Governo
Federal ao Governo Municipal, do Legislativo ao Executivo.
Diante disso, viajamos, nos dias 10 e 11, para
Hannover, Alemanha, onde fizemos um conjunto de agendas. Fomos diretamente a
Frankfurt, onde realizamos a primeira reunião com o Banco do Brasil, que
gerencia todos os negócios dos interesses brasileiros entre Brasil e Alemanha,
buscando o apoio das relações européias e da Alemanha para que possamos trazer
essa atividade para Porto Alegre.
Lá em Frankfurt, também fizemos uma reunião com o
Cônsul brasileiro, buscando construir esse apoio.
Quero ressaltar que em todas essas agendas saímos
com cartas constituídas, não só de apoio, mas com as estruturas existentes para
que possamos trazer e instalar essa Feira aqui em Porto Alegre.
Srª Presidenta, gostaria de utilizar os próximos
cinco minutos para continuar o relato da viagem.
A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): Vereador, o
seu tempo encerra e V. Exª continua com a palavra em Tempo Especial.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito
obrigado. Dando continuidade, ainda em Frankfurt, fizemos uma reunião com a
Câmara Brasil-Alemanha, constituindo esse vínculo do empresariado brasileiro
com o empresariado alemão, no sentido de construirmos aliados também nesse
campo. De Frankfurt fomos a Berlim, onde realizamos uma reunião com a Bitcom,
que é a Associação das Empresas Alemãs que trabalham na tecnologia da
informação e comunicação. O presidente dessa Associação faz parte do birô da
CeBIT, na Alemanha, que organiza esse evento em nível mundial, constituindo
espaços aliados para que possamos efetivar esse evento aqui em Porto Alegre e
no Brasil.
De Berlim fomos a Hannover, onde nos encontramos
com os demais membros do Comitê, tanto da FIERGS como da Prefeitura Municipal
de Porto Alegre, que lá chegaram.
Fizemos uma reunião com o colegiado brasileiro, que
nesse evento teve 24 expositores, sendo eles entidades, instituições e
empresas, para trabalharmos o tema e saber qual a dinâmica dessa política na
Europa para o mundo.
Essa comitiva brasileira organizou um conjunto de
eventos e de atividades, coordenada pela Softsul, e fizemos a reunião final, ou
a reunião mais importante
desse processo, que foi no 17 de março, com as duas vice-presidências
principais que comandam esse evento para o mundo.
Levamos
a reivindicação de Porto Alegre e obtivemos como resposta o seguinte
encaminhamento: a América Latina é um dos espaços para se instalar essa Feira,
e que a prioridade da América Latina é o Brasil; e a primeira cidade brasileira
que se credencia, que se apresenta é a nossa, através do trabalho desse
colegiado que para lá foi.
Nessa
proposta ficou, então, assegurada a continuidade dos trabalhos, e eles ficaram
de fazer um estudo, uma prospecção em Porto Alegre. Já soubemos, inclusive,
pelo colega Ver. Newton Braga Rosa, que a equipe alemã já esteve aqui na PUC,
nesta semana, vistoriando justamente as nossas instalações.
Aqui
há algumas lâminas que mostram o que é a Feira CeBIT. Esta é a Feira onde é
exposto o avanço mundial, destacando que o Sudeste Asiático - principalmente a
China e a índia -, tem ocupado um espaço nesse contingente internacional que
está nos deixando muito para trás. Porto Alegre, o Rio Grande do Sul são
pioneiros, porque aqui já instalamos a TecnoPuc, temos todo o trabalho da
UFRGS, enfim, o trabalho do conjunto das universidades.
Na
instalação da Ceitec, nesta semana, foi lançado o primeiro chip brasileiro, da
América do Sul.
Os
colegiados todos que trabalham, sejam das empresas, sejam das instituições de
ensino, sejam do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia, e saliento que
dentro do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia a nossa Câmara é
representada pelo Orlandini, e pelo Leonardo - o Orlandini, do gabinete do Ver.
Bernardino Vendruscolo, e o Leonardo, do gabinete do Ver. Ervino Besson -, que
compuseram essa comitiva. Então, fizemos esse roteiro, estamos prestando contas
aqui, e além deste Vereador e do Ver. Newton Braga Rosa, também nos acompanhou
o Antonioni, coordenador da Softsul; o Orlandini, que faz parte do Conselho
Municipal de Ciência e Tecnologia; um representante da FIERGS; o Gandolfi, da
Secretaria de Captação de Recursos e o Presidente da Procergs. Fizemos, então,
esse trabalho e estamos prestando contas. A comitiva continua, e há uma nova
agenda constituída para o mês de abril.
O
Antonioni já está-se preparando para participar, junto com o Presidente da
FIERGS, para a segunda rodada de negociações em Frankfurt.
Portanto,
a prestação de contas que aqui fazemos é para dizer que gostaríamos muito - e a
decisão política que esta Casa tomou, através da nossa Presidenta e dos colegas
Vereadores, de fazer este trabalho plural -, que Porto Alegre pudesse sediar um
outro grande evento.
Porto
Alegre já é reconhecida por sediar grandes eventos, como o Fórum Social
Mundial, como o Fórum de Turismo e o Fórum de Software Livre.
Portanto,
nós conseguimos, neste momento, buscar a primeira credencial, mas como isso é
um processo, tem de haver a continuidade, e é nesse sentido que queremos
esclarecer os colegas Vereadores e Vereadoras com este relato.
Pretendemos
continuar trabalhando, com o apoio dos senhores e das senhoras, para que esse
evento venha e se torne uma realidade em Porto Alegre.
Isso
tudo significa nós não exportarmos o material humano que aqui se forma, que
todo mundo busca, e, sim, trazer para cá a geração e a produção da tecnologia,
tão necessária ao Brasil, para podermos competir no mercado interno e externo.
Esse
é o nosso relato de viagem, e estamos à disposição de todos para mostrarmos os
desdobramentos desse trabalho. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. Comassetto.
Foi
uma importante viagem, criada a partir do protagonismo da Mesa Diretora desta
Casa, com a participação de dois Vereadores - Ver. Carlos Comassetto e Ver.
Newton Braga Rosa -, com a intenção de trazermos um braço da Feira de Hannover
para Porto Alegre, em 2008, intenção que me parece bem-sucedida pelos relatos
que temos ouvido.
O
Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra em Tempo Especial.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, muito obrigado, me sinto
muito satisfeito por estar aqui, hoje, fazendo esta prestação de contas.
Eu
tenho, aqui, as lâminas que foram apresentadas na nossa principal reunião com
os executivos alemães.
Vocês
me desculpem, elas estão em inglês, porque achei que era importante trazê-las
exatamente como foram apresentadas na Alemanha para que vocês entendessem, a
argumentação que foi utilizada. Agradeço, de antemão, caso apareça alguma
contribuição, porque acredito que a formação diferente dessa Bancada, aqui na
Câmara de Vereadores, possa melhorar nossas estratégias nas negociações
futuras.
(Apresentação
de datashow.)
O
SR. NEWTON BRAGA ROSA: Esta
foi a lâmina de abertura, uma bela fotografia de Porto Alegre, e uma chamada
lembrando que a CeBIT Porto Alegre pode ser o maior evento na área de
informática e telecomunicações.
Em
seguida estavam aí as pessoas diretamente responsáveis, já citadas pelo Ver.
Comassetto. Destaco o Sr. José Antonioni. E aqui eu quero fazer uma menção a um
fato importante: esse assunto de trazer uma feira para Porto Alegre já vem
sendo discutido há algum tempo no âmbito das empresas, tanto é que o próprio
Antonioni e o Softsul são responsáveis há oito anos consecutivos em organizar,
não a ida de empresários gaúchos para a Feira da Alemanha, mas a ida dos
empresários do Brasil inteiro, e isso criou uma proximidade com uma pessoa que
eu vou citar no final, chamada Humminger, que vem ao Brasil uma vez por ano
para fazer a divulgação desse evento; o Ver. Comassetto; o Cláudio Gandolfi, da
Prefeitura, que teve uma participação importante; o nosso amigo Ricardo
Orlandini, que já foi citado, o André Imar Kulczinski, Presidente da Procempa,
e por último o Luiz Francisco Gerbase, que é Presidente da Abinee/RS, talvez a
instituição mais poderosa que nós temos na área de eletroeletrônica. A inclusão
e participação do Gerbase, que é empresário da Altus, Vereadora-Presidenta, que
foi a primeira empresa a encomendar um chip do Ceitec. É obra desse
rapaz, um engenheiro muito talentoso e que percebeu a oportunidade de dar o
incentivo que o Ceitec precisava através dessa encomenda. O Ceitec deixou de
ser, a partir de segunda-feira, uma entidade acadêmica para ser uma entidade
inserida no setor produtivo.
Os
senhores devem estar-se perguntando: e depois desta viagem, o que ocorre? O
próximo passo é a presença do Paulo Tigre, Presidente da Fiergs, na Feira
Industrial de Hannover, que também tem como promotor a mesma entidade que
promove a Feira de Informática.
A
próxima transparência é um filme de seis minutos a respeito da cidade de Porto
Alegre, preparado pelo Convention Bureau. Não vou apresentar o filme, porque
vocês já conhecem a nossa Cidade.
Alguém
pode estar-se perguntando: como Porto Alegre vai ter chance de sediar um evento
dessa magnitude? Por isso me deixem reprisar e reforçar as palavras do Ver.
Comassetto. Verª Maria Celeste, a resposta é mais ou menos a seguinte: a CeBIT,
na Alemanha, percebeu que estava perdendo visitantes. Eu fiz a avaliação da
participação brasileira na CeBIT por vários anos consecutivos na década de 90. Naquela
época, havia 700 mil visitantes na CeBIT em Hannover. Neste ano, houve 450 mil,
ou seja, Hannover perdeu espaço. Bom, o que os alemães perceberam? Que eles
precisavam criar eventos regionais, e conseguiram - através destas quatro
cidades que já foram citadas: Sidney, na Austrália; Xangai, na China; San
Diego, nos Estados Unidos e Istambul, na Turquia -, uma quantidade de visitantes
que recompõem aqueles 700 mil da década de 90. E aí aparece a razão pela qual
Porto Alegre, Brasil e América Latina são importantes, eles também precisam de
nós. É a única maneira de visitantes irem à Feira alemã sem precisar viajar até
a Europa. Isso foi uma descoberta muito importante que começou a ficar clara na
Reunião da Bitkom, em Berlim, e
este argumento foi intensivamente usado a partir daí.
A nossa pretensão não é muito descabida, porque
Istambul não é uma cidade de porte muito diferente de Porto Alegre. As
demais sim, mas, se levaram até Istambul, por que não Porto Alegre?
Continuando, na próxima lâmina, nós procurávamos
responder por que na América Latina? Basicamente, a CeBIT precisa uma presença
na América Latina de modo a garantir o seu lugar número um em feiras mundiais.
Presidenta, será que eu teria um pouquinho mais de
tempo para chegar até a terceira lâmina que falta? Prometo não me alongar muito
mais do que isso.
Por
que o Brasil? Por que na América Latina, o Brasil é o País que mais cresce. E
aqui vem um outro dado importante. Há três anos não existe uma grande feira nem
no Brasil, nem na Argentina. Havia a Comdex, que deixou de existir, ou seja, há
um espaço vazio que vai ser ocupado por alguém. Isso é bom para nós, é um
argumento importante que acelera o andamento das negociações.
Na
próxima lâmina, procurávamos mostrar: por que em Porto Alegre? Aqui tem um dado
que eu gostaria de destacar. Em 2006, Porto Alegre teve 72 eventos com 355 mil
participantes. Porto Alegre está bem situada naquilo que se chama de Turismo
Empresarial. Continuando, nós temos uma excelente experiência não só nesse
total, mas em conquistar grandes eventos. Mostramos para os alemães que o Fórum
Social Mundial teve 200 mil visitantes na última edição que foi realizada em
Porto Alegre. Mas, além do Fórum Social Mundial, um outro evento que passou
despercebido de muitas pessoas, mas certamente não deste Plenário, foi a
Assembléia Universal de Igrejas realizada na PUC; foi um sucesso de
participação. Idem com relação ao Fórum de Software Livre e, mais recentemente,
nós tivemos o Congresso Internacional de Turismo. Com isso nós conseguimos
convencer os alemães de que Porto Alegre era uma cidade com predicados
interessantes.
Destacamos,
ainda, a presença da colonização alemã. E, no fim, falamos a respeito das
universidades e centros de pesquisas que existem aqui na nossa Cidade. Os fatos
recentes são esses. Há oito anos o Softsul traz empresas. Nos últimos dois anos
a Deutsche Messe Ag falou pela primeira vez na oportunidade de realizar um
evento na América Latina. Em de janeiro de 2007, oportunamente, o Ver.
Comassetto e a Presidência da Casa instalaram o Comitê Pró-CeBIT de Porto
Alegre. Finalmente nós concluímos, mostrando a eles que não se trata de uma
iniciativa de poucos parceiros.
Seguem
as logomarcas relacionadas entre tantas que cabiam numa única lâmina para que
vocês tivessem idéia de onde o evento está ancorado em Porto Alegre: na Câmara
Municipal de Vereadores, aqui nesta Casa; na Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, pelas razões óbvias. Afinal de contas, o Executivo terá que participar;
sistema Fiergs/Ciergs; Abinee e o nosso Softsul, que é a nossa entidade que
capitaneia a realização do evento pelo lado empresarial.
O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Grande
Expediente. (Pausa.) Ausente. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em
Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Presidenta, gostaríamos de lhe entregar o relato que fizemos, aqui, oficial, de
todo o trabalho para que conste nos Anais da Casa como uma prestação de contas
desta atividade.
(Procede-se
à entrega do Relatório.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 5922/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 244/06, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que cria o Programa
Gostar de Ler, que se constituirá por meio de parcerias entre o Executivo
Municipal e a iniciativa privada, com o fim de promover a utilização e a
modernização dos acervos bibliográficos dos espaços públicos municipais,
realizando-se, uma vez por semestre, semana de sessões de leitura de obras
literárias de autores brasileiros e portugueses, e dá outras providências.
PROC. Nº 5926/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 248/06, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que assegura aos
deficientes físicos o direito ao pagamento da meia-entrada em estabelecimentos
culturais e de lazer, no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 5925/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 247/06, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que institui a Semana
Cultural do Artista Especial, que será realizada anualmente e terá sua abertura
oficial no dia 21 de agosto, determina a realização de atividades do Evento e
dá outras providências.
PROC. Nº 5927/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 249/06, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que obriga as
instituições bancárias que mantêm caixas eletrônicos a adaptarem esses
equipamentos ao acesso e uso por portadores de deficiência físico-motora e dá
outras providências.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje, a Pauta é
inédita, temos dois Projetos de Lei em 1ª Sessão e dois Projetos de Lei em 2ª
Sessão. O ineditismo está em que os quatro Projetos são da Verª Neuza
Canabarro. Esse é um fato raro; eu tenho 36 anos de Câmara e não tinha
assistido a esse fato. Dois novos Projetos, portanto; eu já havia analisado os
outros dois rapidamente, e eu não quero falar muito tempo, agora, porque sei
que a Vereadora vai usar o período de Pauta. Eu acho importante que ela diga a
todos nós o que ela pretende.
No primeiro Projeto, ela pretende implantar um
Programa Gostar de Ler. Realmente é muito importante este Programa que ela
pretende, porque a nossa juventude já não está lendo muito; está mais voltada para televisão, para
a Internet, trocas de informações, mas leitura, para aprender a escrever bem,
não.
Portanto,
eu acho que o Programa Gostar de Ler é uma coisa boa. E, quanto ao segundo
Projeto, aí eu tenho as minhas dúvidas quanto à meia-entrada para deficientes
físicos em estabelecimentos culturais e de lazer no Município de Porto Alegre,
e dá outras providências. Aí eu tenho qualquer dificuldade de entender, porque
muitas tentativas foram feitas - diferentes desta, sem dúvida nenhuma - e houve
problemas. Mas, de qualquer forma, como eu disse, é inédita a Pauta, e eu
gostaria de ouvir, em seguida, a Verª Neuza Canabarro. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exma Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, realmente,
hoje eu estou realizada, porque tenho quatro Projetos em Pauta, e, desses
quatro Projetos, o primeiro é o Projeto em que nós estamos querendo criar o
Programa Gostar de Ler, e aí, talvez, eu me demore um pouquinho mais, Ver. João
Antonio Dib. Por que razão? Por que gostar de ler? Por que nós líamos? Nós
líamos, porque nós não tínhamos a televisão, e, na leitura, nós estávamos
fazendo o quê? No momento em que se lê, se aprende a escrever; quem lê escreve
e fala. E a base, o alicerce de toda uma educação é exatamente ler, escrever e
interpretar corretamente, coisa que hoje é muito difícil; até no Ensino Médio
nós temos dificuldade para que o texto seja interpretado corretamente pelos
alunos.
Então,
o que nós estamos querendo fazer? Uma parceria com iniciativa privada, para
mudar, implementar os acervos e bibliotecas, porque, lamentavelmente, as nossas
bibliotecas municipais, estaduais e públicas têm um acervo de livros muito
antigos, porque, quando as pessoas fazem doação, fazem doação daquilo que não
querem mais. Então há necessidade de um acervo mínimo, e nós tivemos esse
trabalho no Conselho Estadual de Educação. Junto ao Conselheiro Orion Cabral,
nós fizemos uma pesquisa e elaboramos o acervo mínimo para a biblioteca de uma
escola. Agora, com o incentivo da empresa privada e até das próprias editoras,
nós faríamos um trabalho para premiar aqueles que, lendo, possam interpretar e
dar a sua opinião sobre a literatura apresentada.
Segunda-feira,
conversaram comigo os Vereadores Haroldo de Souza e Adeli Sell, porque nós
temos vários projetos com relação à acessibilidade do deficiente aos caixas
eletrônicos. Cada um tem uma peculiaridade, mas o nosso se destaca porque está
prevendo o acesso do deficiente, do cadeirante ao caixa eletrônico através de
rampa, assim como temos um Projeto da meia-entrada em todas as promoções
culturais, e ainda o Projeto da Semana Cultural do Artista Especial.
O
portador de necessidade especial tem sido uma constante na nossa vida, no nosso
trabalho. Desde 1986, em Porto Alegre, nós trabalhamos em prol do deficiente,
procurando atender, dar condições e melhorar a sua vida. Tanto é, que aqui
deixamos quatro Centros Integrados de Educação Pública para o deficiente. E
esse atendimento ao deficiente, hoje, tem que se mostrar com diversas facetas,
ou seja, integrando-o à comunidade através da promoção em eventos culturais,
porque, se ele tem uma atividade, remunerada, é muito pequena; seu valor é
muito baixo. E há o Centro Abrigado Zona Norte, que tenho certeza de que todos
os Vereadores conhecem, que é um Projeto único no Brasil, em que o deficiente
com mais de 18 anos tem ali a possibilidade de ter a sua carteira assinada e a
sua labuta diária orientada. O Cazon - Centro Abrigado Zona Norte - é uma
entidade que inclusive nós conseguimos colocar numa revista técnica
especializada da Espanha, em 1998, e depois recebeu a visita de professores
espanhóis da Universidade de Santiago de Compostela, por apresentar
características peculiares como o atendimento do deficiente mental treinável. E
eles é que estão lá fazendo os kits de protetor auricular, de botões, de
linhas, e, com isso, eles conseguem ter uma renda mínima de aproximadamente um
salário mínimo.
Então os nossos projetos vêm a se somar à nossa
luta pelo deficiente, para que ele tenha melhores condições. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARGARETE MORAES: Prezada
Presidenta, Verª Maria Celeste; neste momento de discussão preliminar de Pauta,
quero fazer referência a um projeto que o Ver. Dr. Raul citou hoje, que cria o
Centro de Planejamento Familiar. Concordo com esse mérito, mas tenho sérias
dúvidas se seria constitucional nesta Casa um projeto dessa envergadura, porque,
até onde conheço, nenhum Vereador pode criar um equipamento público; isso não
estaria nas nossas atribuições.
Quero me manifestar hoje sobre dois projetos da
Verª Neuza Canabarro: o primeiro, que cria o Programa Gostar de Ler: dia 18 de
abril, temos o Dia Nacional do Livro Infantil, da literatura infantil, e
estamos fazendo uma campanha de doações de livros. No ano passado, tivemos uma
conversa com o escritor Carlos Urbim para os professores da Educação Infantil,
e ele apresentou o seu trabalho; foi um momento muito bonito.
Quero cumprimentar a Verª Neuza, porque acho
fundamental a leitura; com todos os meios de informação, com todos os meios
eletrônicos, tecnológicos que constituem uma verdadeira globalização neste
mundo, é importante manter o hábito da leitura; lendo, as crianças conhecem o
mundo, viajam, literalmente, na imaginação e no sonho, conhecem outras
dimensões da vida, outras civilizações e aprendem a refletir sobre a vida,
sobre o mundo, sobre o que elas querem, criam e formam um gosto pela leitura, e
esse exercício da leitura, eu acho, deve acompanhar-nos pelo resto da vida,
porque é realmente um exercício de imaginação de sonho.
Eu acho que todas as pessoas, independente de
classe social, de onde moram, independendo da cor da pele, elas devem ter
acesso a esse universo da arte e da cultura que compõe os livros, sobretudo os
livros infantis.
Portanto, Verª Neuza Canabarro, parabéns pela sua
idéia.
O segundo Projeto, também de sua autoria, obriga as
instituições bancárias que mantêm caixas eletrônicos a adaptarem-nas ao acesso
e uso por portadores de deficiência físico-motora e dá outras providências. Eu
não sei se nós poderíamos fazer uma emenda, que eu acho que seria importante -
ou talvez fosse objeto de outro projeto: adaptar também para a terceira idade,
porque, às vezes, essas pessoas da terceira idade têm muitas dificuldades em
subir escadas. Geralmente acontece isso, sobretudo nos bancos privados, embora
tenham preferência até pela idade, mas é uma situação bastante desconfortável.
Então uma idéia puxa a outra, e eu pensei nessa outra idéia. Mas também acho
que é um Projeto ligado aos portadores de deficiência físico-motora, que é uma
especificidade das deficiências, como a senhora colocou, mas que a gente
deveria pensar um pouquinho mais e também fazer as nossas sugestões. Parabéns,
Verª Neuza Canabarro.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR GUILHERME BARBOSA: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; demais colegas Vereadores e colegas Vereadoras,
realmente vim sublinhar aquilo que já foi destacado pelo Ver. Dib: quatro
Projetos na discussão preliminar de Pauta, todos da mesma Vereadora, que está
demonstrando muito trabalho de pesquisa, de formulação de propostas para a
Cidade, e pegou um tema - pelo menos em dois deles - muito forte, o assunto
portadores de deficiência, que todos nós - eu sempre digo brincando isso, mas é
verdade -, de alguma forma, temos. Eu, por exemplo - seguindo na brincadeira -
, digo, Ver. João Dib, que já tenho duas deficiências: uma capilar e outra
visual. Elas não são graves,
mas são (deficiências). Mas há pessoas que as têm muito graves e, por isso, têm
uma dificuldade de locomoção, de acesso a lazer, à cultura, e assim por diante
- e uma delas é essa dificuldade de ter acesso a um equipamento bancário, o qual
está cada vez mais difundido. O Projeto traz justamente esse assunto, qual
seja, que os bancos coloquem um caixa eletrônico, fazendo com que cadeirantes,
paraplégicos, possam chegar a esse local e usar esse equipamento.
Conversando,
no plenário, com a Verª Neuza, nós comentamos que, talvez, já exista - não sei
- uma lei muito forte na Cidade, chamada Lei da Acessibilidade, em que, talvez,
no geral, na formulação da Lei, já esteja prevista essa obrigação de que os
estabelecimentos bancários dêem acesso a todas as pessoas, sejam os portadores
de deficiências, sejam os idosos, sejam, inclusive, os obesos, que também estão
dentro de uma certa categoria de atenção especial. Então nós estamos fazendo um
debate, mas eu gostaria de deixar claro que o mérito da proposta é
absolutamente relevante.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Guilherme Barbosa,
eu já passei para a nobre colega Neuza Canabarro o conteúdo de uma lei
existente. E a demonstração de que os bancos não cumprem as nossas leis
municipais fica mais uma vez evidente. Eu até sugeri à nobre Vereadora, se ela
aceitar, que ela pegue a lei antiga e faça as adaptações necessárias, porque,
efetivamente, isso é uma necessidade. Ou seja, o mérito continua de pé, e, agora,
mais do que nunca, em razão do descumprimento de uma lei por parte dos bancos.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Perfeito. Nós já tínhamos debatido sobre
isso outro dia, pois, quando este Vereador dirigia a SMOV, e o Ver. Adeli Sell
comandava a SMIC, nós travávamos uma luta com os bancos, uma vez que os
estabelecimentos bancários resistiam tremendamente a se adaptarem a
determinações, a leis simples que permitiriam mais segurança às pessoas.
O
outro Projeto da Verª Neuza propõe que, a cada semestre, as escolas municipais
tenham uma Semana da Leitura. Esse tema é importantíssimo. Durante 20 anos, eu
fui Professor da Graduação da Engenharia Civil e da Arquitetura na Unisinos.
Propositadamente, eu colocava nas minhas provas de avaliação uma questão
descritiva que obrigava ou pedia aos alunos para escreverem um pouco sobre
determinado assunto, já que eram cadeiras de muito cálculo, mas pedia opinião
sobre uma questão que eu propunha nas provas. Era muito triste ver que a
maioria dos alunos tinha dificuldade de redigir com fluência, com objetividade,
com início, meio e fim. É muito triste ver pessoas que daqui a pouco, daqui a
alguns meses, seriam profissionais da Engenharia ou da Arquitetura com
dificuldade de fazer uma redação. E nós sabemos que, para redigir bem, é preciso
ler; para falar bem, é preciso ler. Quem lê fala e escreve bem.
Portanto essa iniciativa é louvável. Eu não sei,
evidentemente, a questão da legalidade, da constitucionalidade da proposição da
Verª Neuza. Agora, de fato a preocupação é muito relevante. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Verª Maria Celeste, Presidenta
desta Casa; colegas Vereadoras e Vereadores, eu vou continuar o diálogo com o
Ver. Guilherme Barbosa na questão do Projeto da Verª Neuza, que trata do acesso
aos deficientes físicos aos estabelecimentos bancários. Eu, ontem - vou repetir
-, busquei a legislação existente. É incrível! Nós temos uma legislação muito moderna,
muito avançada nessa área da acessibilidade. No entanto, como diz o Ver. João
Dib, há que colocá-la em prática, há que fiscalizar, e eu acho que aqui está,
mais uma vez o papel da Câmara de Vereadores. Não é tanto o número de novas
leis, apesar de eu achar que legislar, fazer leis novas, ousadas, é importante,
mas a fiscalização das leis existentes é uma tarefa primordial, Ver. João Dib,
e nós verificamos que, mais uma vez, quem poderia fazer não faz, porque as
casas bancárias com seus lucros astronômicos, com os bilhões em lucros, sejam
eles os bancos públicos ou privados, os últimos balanços, inclusive os balanços
deste primeiro trimestre, já demonstram que novamente os bancos ganham muito
dinheiro, mas eles não cumprem a legislação, assim como já tem uma lei em vigor
que garante essa acessibilidade e não está sendo devidamente cumprida. Eu já
sugeri que a Vereadora
pegasse a Lei antiga e fizesse as adaptações necessárias, mas que nós nos
comprometamos aqui a fazer um pente-fino em toda a legislação que diga respeito
às casas bancárias. Porque, inclusive, a Lei de minha autoria, que aprovamos
aqui, das câmeras de vídeo, recebeu recurso, foi feita uma Adin, foi a
Brasília, e o que mais me alegrou, depois de todos esses anos, é que foi o
Ministro Sepúlveda Pertence quem declarou, com o seu relatório, que a Câmara de
Vereadores, Ver. Guilherme, pode legislar complementarmente sobre as questões
do funcionamento dos bancos nas suas respectivas localidades. Receber uma
posição e o aval do Ministro Sepúlveda Pertence me lavou a alma depois de tanto
tempo de luta, de batalha. Agora não tem mais papo: os bancos terão de ter
vigilância, através de câmeras de vídeo, para garantir a segurança das pessoas.
Então é mais uma vitória que considero importante.
O
outro Projeto da Verª Neuza Canabarro, o Programa Gostar de Ler, eu já fiz a
redação de um Projeto que - acho que vai ser complementar ao seu - também nessa
área, para uma atividade na área da leitura. Nós somos uma Cidade onde temos a
magnífica Feira do Livro, temos boas bibliotecas - pena que a nossa Biblioteca
Pública do Estado tenha de fechar para reformas, mas ela voltará, eu acho, com
o esforço de todos nós, e eu tive o prazer, junto com a Verª Neuza Canabarro e
a Verª Sofia Cavedon, na Comissão de Educação, de tratar desse tema.
A
Srª Neuza Canabarro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero agradecer a
contribuição, Ver. Adeli Sell, não poderia ser de outra forma, assim como ao
Ver. Guilherme Barbosa, à Verª Margarete Moraes, as contribuições que estão nos
dando, porque, realmente, este Projeto está em Pauta para ser discutido e
aperfeiçoado, agora, o principal é a nossa preocupação em formar na nossa
criança o hábito da leitura. Muito obrigada.
O
SR. ADELI SELL: Nós é
que agradecemos. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Encerrado o período de Pauta.
Havendo
quórum, passamos à
Convido
as Lideranças para que possamos fazer um acordo de votação, dentro do que já
foi distribuído para o dia de hoje.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h02min)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 17h08min): Estão reabertos os trabalhos.
Respeitando
o acordo das Lideranças e, agora, a nova proposta, iniciaremos pelo PLL nº
072/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1493/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que estabelece a
realização de exame de catarata e glaucoma congênitos nos recém-nascidos em
maternidades e hospitais públicos ou conveniados com o Sistema Único de Saúde
no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Substitutivo nº
1.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Substitutivo nº 01;
- da CEFOR. Relator
Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Substitutivo nº 01.
Observações:
- prejudicada a votação do projeto nos
termos do art. 56, § 1º do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM em 07-03-07.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
discussão o PLL nº 072/05 e o Substitutivo nº 1. (Pausa.) O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 072/05 e o Substitutivo nº 1.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, este
Projeto que estou apresentando é um Projeto sugerido pelos próprios pediatras e
ginecologistas de vários hospitais de Porto Alegre - principalmente pelos
pediatras -, porque esse exame já é feito em vários hospitais da Cidade. Nós
sabemos que tanto o “teste do pezinho” faz a prevenção de muitas possíveis
doenças que o cidadão venha a ter, como o teste do ouvido, que é o “teste do
ouvidinho”, como o teste, agora, do olho, que é o “teste do olhinho”. Então,
nós sabemos que, quanto mais nós fizermos os exames quando a criança vem a
nascer, mais possibilidade de não haver, depois, pessoas com deficiência
visual. Nós sabemos que, para fazer uma estatística, se nós pegarmos uma
amostra de mil pessoas, encontraremos um número em torno de duas delas que nascem
com problema de visão. Uma vez diagnosticado esse problema até os seis meses,
um ano de vida, essa pessoa passa a ter possibilidade de cura. Por isso é que
os pediatras estão não só solicitando que esta lei venha a existir em Porto
Alegre, como o teste possa ser estabelecido, pelo Governo Municipal, nos
hospitais conveniados. O Projeto estabelece a realização de exames de catarata
e glaucoma congênitos nos recém-nascidos em maternidades e hospitais públicos
ou conveniados com o Sistema Único de Saúde no Município de Porto Alegre e dá
outras providências.
(Lê.)
“Fica estabelecida a realização do exame clínico para diagnóstico da catarata e
glaucoma congênitos em recém-nascidos, através da técnica conhecida como
reflexo vermelho, nas maternidades de hospitais públicos ou conveniados com o
Sistema Único de Saúde no Município de Porto Alegre.
O
exame a que se refere o caput deste artigo será realizado sob
responsabilidade técnica do pediatra e oftalmologista da unidade.
Os
casos positivos deverão ser comunicados aos órgãos de saúde competentes,
dedicados à pesquisa da referida doença”.
Então,
vejam os senhores e as senhoras que nós não estamos falando de uma coisa que
está distante de poder ser realizada, já que ela já vem sendo realizada em
diversos hospitais, não teria por que - até porque não haveria custos, pois o
pediatra está de plantão - o Governo não concordar com esse Projeto. Inclusive
várias ONGs estiveram aqui conversando, não só com este Vereador, mas também
com a Presidenta da Casa, e com o próprio Ver. Nedel - que deve chegar daqui a
pouco -, que também solicitou que pudéssemos votar esse Projeto, porque é de
profundo interesse, segundo ele, em especial para a Santa Casa de Misericórdia
de Porto Alegre, já que a Santa Casa já realiza esse exame e, por isso,
estaríamos, agora, legitimando uma solicitação desse segmento que atua nos
diversos hospitais de Porto Alegre. Nós percebemos que muitas pessoas,
principalmente na rede pública, não fazem o parto em hospitais; isso acontece
em postos de saúde.
Então,
queremos estender esse exame a todas as Unidades de Saúde do Município. Por
isso falamos no Sistema Único de Saúde da Cidade, porque, além dos hospitais,
Ver. Sebenelo, V. Exª, que é clínico geral, sabe da importância que tem um
exame quando é feito em tempo. É nesse sentido, então, que nós pedimos a
colaboração dos nobres Vereadores e Vereadoras para que seja atendido o pedido
dos pediatras de Porto Alegre em relação a um procedimento que já acontece em
vários Estados, como já acontece em vários Municípios em que já há isso como
uma rotina nos exames do recém-nascido. É nesse sentido, então, que pedimos o
apoio dos nobres Vereadores e Vereadoras. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 072/05 e o
Substitutivo nº 1.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, quanto ao Projeto de autoria do Ver. Aldacir
Oliboni, no que respeita ao mérito, diríamos que não existe nada a objetar, uma
vez que se trata de exames clínicos para diagnóstico de catarata e glaucoma
congênitos nos recém-nascidos, através da técnica conhecida como reflexo
vermelho. E é aquela questão que nós temos discutido na Casa, não agora, mas,
sim, há muito tempo, que é a limitação que o parlamentar tem para legislar, não
só o Vereador, como o Deputado Estadual, o Deputado Federal e o Senador.
Existem determinadas matérias partilhadas na Constituição da República, nas
Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas que, evidentemente, não permitem a
iniciativa. E, nesse sentido, Srª Presidenta e Srs. Vereadores, temos insistido
num instrumento. Vão dizer: “Não, mas isso aí não conta como Projeto!” Mas há
um instrumento que nós dispomos que é o Pedido de Providências, instrumento
formal que a Vereadora, o Vereador, num caso idêntico, devem utilizar, porque,
da forma como está, nos falta competência. O Prefeito veta, admitimos que seja
derrubado o veto, ingressa na Justiça e não se tem atendida a finalidade, que é
boa. Nós tínhamos que nos entender aqui nesse sentido.
O
Ver. Aldacir Oliboni não é o pioneiro nessa matéria, todos e muitos de nós
fizemos - vamos colocar assim - projetos que exatamente enfrentam essa
dificuldade intransponível, porque trata-se de uma questão de ordem
constitucional, orgânica, invencível. Então, em casos idênticos, o que nós
temos que usar e utilizar é exatamente esse mecanismo da recomendação, da
solicitação encaminhada ao Prefeito. Eu lembro que, no passado, encaminhei um
Pedido de Providências e juntei ao Projeto - art. 1º, art. 2º e art.
3º -, que solicitava na época ao Prefeito que, como contribuição, utilizasse,
se assim entendesse, o Projeto que se encaminhava, porque, do contrário, nós
criamos expectativas que não se concretizam, não se realizam e nos deixam em
situação extremamente fragilizada, do ponto de vista da eficácia dos trabalhos
legislativos. Portanto, não temos saída, não temos alternativa senão nos
colocar com essa perspectiva, contrariando aqui um Projeto que tem mérito, mas
lhe falta exatamente a possibilidade jurídica, a possibilidade legal,
constitucional, orgânica, etc. e tal. Então, é nesse sentido que nós discutimos
contrariamente, não ao mérito - é bom frisar -, porque ele é uma boa iniciativa
e deve ser remetido ao Executivo, mas não em forma de Projeto de Lei, sob pena
de nós estarmos aqui afrontando as disposições legais, regimentais e
constitucionais. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLL nº 072/05 e o
Substitutivo nº 1.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, estamos discutindo o Projeto
e o Substitutivo de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que estabelece a
realização de exame clínico, para diagnóstico da catarata e glaucoma
congênitos, além de outras patologias em recém-nascidos, por meio da técnica
conhecida como reflexo vermelho, o chamado “teste do olhinho”. O Ver. Dr. Raul,
que deve ser mestre nesse assunto, pode, inclusive, nos orientar mais
tecnicamente.
No
ano passado, quando fui Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta
Casa, recebi muitas solicitações com respeito a essa necessidade que existe em
Porto Alegre, que detecta preventivamente a possibilidade de problemas médicos
em recém-nascidos. A Comissão de Justiça disse que existiam alguns óbices de
natureza jurídica quanto ao Projeto, e, por isso, o Ver. Aldacir Oliboni
elaborou um Substitutivo, e o Relator da Comissão, no seu Parecer, concluiu
pela inexistência de óbice ao Substitutivo. Então, esse é um assunto de extrema
necessidade. Esse Projeto foi trazido para o Vereador, por médicos
especialistas, por médicos Pediatras, que têm essa dificuldade imensa, porque
alguns hospitais fazem o teste, outros não. E praticamente não há custo, é um
teste rápido, um teste objetivo, e vamos trazer muitos benefícios à sociedade
se esta Casa aprovar.
Não conversei com a minha Bancada, mas eu,
pessoalmente, irei votar favorável a esse Projeto, porque é uma necessidade da
população e é uma defesa para as crianças recém-nascidas. Muito obrigado, Srª
Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 072/05 e o Substitutivo
nº 1.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, como é bonita a democracia: o Ver. João
Carlos Nedel, da minha Bancada, vai à tribuna e se manifesta favoravelmente ao
Projeto em discussão!
Eu tenho algumas dúvidas quanto à necessidade de 36
Vereadores, eu sempre disse que achava que deviam ser 21, mas estou tendendo a
uma tese de que devam ser apenas onze.
Esse Projeto foi apresentado, em 2005 - quero
destacar a preocupação do Ver. Oliboni com a saúde dos porto-alegrenses, isso
eu preciso destacar -, de uma outra forma, e, aí, o Ver. Oliboni viu que não
dava e resolveu fazer um Substitutivo. Esse Substitutivo foi apresentado no dia
6 de setembro de 2006; recebeu, no dia 03 de novembro de 2006, um Parecer da
Comissão de Justiça dizendo que não haveria óbice para a sua tramitação. No dia
6 de dezembro, o Ver. Luiz Braz, da Comissão de Finanças, deu o seu Parecer
favorável, e eu votei com restrições. Ora, nós temos 36 Vereadores: a Comissão
de Saúde é presidida por um médico e nós temos mais dois médicos na Câmara. Por
que não foi ouvido nenhum deles? Nós temos três médicos, nós poderíamos ter
aqui um Projeto de Lei à altura das necessidades, deixando de lado apenas a
preocupação que o Ver. Oliboni tem para com a saúde do porto-alegrense. É
louvável, é justo, é muito bom, mas esse Projeto deveria ter aqui a palavra dos
três médicos que nós temos na Casa, ou pelo menos de um ou de dois; não
importava, mas os médicos não falaram, e nós, os leigos, ficamos atrapalhados.
O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Antonio Dib, é muito bom
ouvir a sua crítica construtiva. Nós estamos trabalhando com essa possibilidade
de trazer, então, os profissionais que pediram para votar este Projeto, aqui na
Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e também na Tribuna Popular. Por isso,
depois de nós discutirmos aqui, vou pedir o adiamento desse Projeto por uma ou
duas Sessões, no sentido de esclarecer para todos nós o que é o reflexo
vermelho que as pessoas não entendem o que é. Bom, vamos pedir, então, para os
profissionais da saúde nos explicar.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre
Ver. Oliboni, eu havia elogiado a sua intenção na apresentação do Projeto, e
agora eu preciso elogiar a sua sinceridade, colocar à prova da Comissão de
Saúde e Meio Ambiente, ou de qualquer outra forma que nós tenhamos dado
maiores.
Então, eu o cumprimento, e V. Exª, já que vai
pedir o adiamento, tem o meu voto também. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 072/05 e
Substitutivo nº 1.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, eu sou uma das pessoas, nesta Casa, que tem
prazer, sempre, de elogiar o Ver. Oliboni, pelo seu talento, pela sua aplicação
e principalmente pela originalidade dos seus projetos e pela sua atitude
responsável nas propostas. E como ele já se manifestou a respeito do assunto, e
eu acho que isso deveria ser uma atitude rotineira da Casa, Ver. Dr. Raul, já
que nunca ouvi falar em reflexo vermelho - outros chamam de refluxo vermelho -,
não sei se isso é uma doença, se isso é uma forma de exame, e realmente as
coisas são mais complexas. E nós temos que saber os custos dessa aparelhagem toda.
Então, eu sugiro ao Ver. Aldacir Oliboni, até pelo que informou no aparte que o
Ver. João Antonio Dib lhe concedeu, dizendo da sua postura em relação ao
Projeto, que seja ouvida a Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Sul. Por
quê? Porque lá estão as maiores autoridades no assunto; lá estão as pessoas que
mais conhecem a aparelhagem; lá estão os epidemiologistas que tem condições de
dizer qual a incidência de catarata e glaucoma nos bebês, porque a gente sabe
dos adultos. Certamente, nas crianças, não há um dado estatístico fidedigno,
aliás, a não ser nos casos que há um rigor acadêmico, um compromisso com a
ciência, nós vemos, assim, atitudes corretas por parte de técnicos. Mas umas
das queixas maiores que há aqui, no Rio Grande do Sul, é a infidelidade dos
dados estatísticos, dos estudos feitos, inclusive, muitas vezes, oriundos de
universidades em que o dado estático não é fidedigno, e as conclusões são
erradas e, por isso, muitos projetos, que poderiam ser bons projetos, passam a
ser nocivos à sociedade, e esse cuidado nós temos de ter.
Por
isso, Srª Presidenta, eu proponho ao Ver. Aldacir Oliboni que faça contato com
a Sociedade de Oftalmologia, no prédio da Associação Médica do Rio Grande do
Sul, para que possa subsidiar, da forma mais científica, da forma mais segura e
da forma mais protetora, em relação a um Projeto, que, na sua essência, deve
ser muito bom, porque tem uma proposta preventiva. E isso para nós é
fundamental, pois é uma ciência que busca, inclusive, o pleno bem-estar das
nossas crianças, especialmente, depois, com essa atitude, uma vida saudável.
Essa é nossa busca, essa é a nossa procura, essa é a nossa sugestão.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 072/05 e o
Substitutivo nº 1.
O
SR. ADELI SELL: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, estamos debatendo o Projeto do Ver. Oliboni,
que estabelece a realização de exames de catarata e glaucoma congênitos nos
recém-nascidos em maternidades e hospitais públicos ou conveniados com o
Sistema Único de Saúde.
Queria
dizer aos meus colegas que esta Casa aprovou e o Governo sancionou uma Lei
muito semelhante, que eu tive a idéia de propor; depois, quando eu estava no
Executivo, o Ver. Oliboni coordenou a sua aprovação, que é o chamado “teste da
orelhinha”, e que hoje já está funcionando.
Alguns
hospitais, como já foi colocado aqui, fazem, e por que não fazer isso de uma
forma universal? Qual é o problema?
Evidentemente
que hoje há tecnologia, hoje há equipamentos para isso.
Hoje,
inclusive, a gente já sabe que um optometrista sabe diferenciar um problema de
acuidade visual de uma patologia; quando é patologia, ele não vai meter o
bedelho, e vai mandar para um oftalmologista. Isso todo o mundo já está careca
de saber. Não precisa ser médico para isso.
Agora,
aqui, o problema é o seguinte: é vontade política.
Nós
aprovamos, recentemente, nesta Casa, um Projeto de minha autoria, o Respire
Bem. Todo o mundo acha que é uma maravilha. Veio aqui, na Tribuna Popular, a
Sobracom, duas vezes, com documentos. Eu apensei um livro ao Projeto, com todos
os detalhes, e foi vetado por vício de iniciativa. Bom, se o problema é vício
de iniciativa, que o Executivo tome a iniciativa de fazer. Agora, eu não vou
deixar de fazer este debate, esta discussão do que é autorizativo ou não é; eu
cansei.
No
ano passado, na Comissão de Justiça, tinha projeto autorizativo, se era de um
lado passava, se era do outro não passava.
Então,
vamos parar com esse jogo de cena. Vamos votar. Quem não quiser votar, não
vota.
Eu
vou votar. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Srª Presidenta, solicito o adiamento da
discussão do PLL nº 072/05 e do Substitutivo nº 1 por duas Sessões.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, solicitando o adiamento da discussão do PLL nº 072/05 e
do Substitutivo nº 1 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento s/nº, de autoria dos Vers. Neuza Canabarro, João Carlos
Nedel e desta Vereadora, solicitando a retirada de tramitação do Processo nº
1.785/05 - PR nº 077/05, da Mesa Diretora, que inclui o art. nº 240 nas
disposições transitórias com alterações posteriores ao Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3673/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 025/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
revoga o inciso V do art. 21 da Lei Complementar nº 07, de 07 de dezembro de
1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de
competência do Município. (exclui benefício fiscal/arrendamento mercantil)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela rejeição do Projeto;
- da CUTHAB.
Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela rejeição do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 16-11-06;
- discutiram a matéria os Vereadores
S.Melo, L.Braz, J.A.Dib, A.Sell, M.Fraga cedeu p/A.Sell, J.C.Nedel,
B.Vendruscolo, J.I.Heinen, M.Danéris, C.Sebenelo, E.Besson cedeu p/ J.C.Nedel,
Dr. Raul cedeu p/ S.Melo, E.Guimarães, J.Sodré cedeu p/J.A.Dib, em 14-03-07.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLCL nº 025/05. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está
com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 025/05.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Maria Celeste; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, este Projeto
de Lei, meus caros Vereadores e Vereadoras, tramitou um bom tempo nesta Casa,
teve um acúmulo de debate; em Sessões passadas vários Vereadores aqui ocuparam esta
tribuna e vamos à votação.
É um Projeto que depende de maioria absoluta,
portanto não é um Projeto com maioria simples. E ele diz o seguinte: nós
queremos elevar a alíquota das transações de leasing, que hoje é de 2%,
para 5%. E por que nós queremos fazer isto?
Meu caro Ver. Comassetto, a regra geral do ISSQN,
em Porto Alegre, como de resto talvez nas demais Capitais, é 5%. Mas a Lei nº
116, de 2003, que foi adaptada por esta Casa, estabeleceu um teto de 5%
e um mínimo de 2%. Antes era 5% e zero. Ela evoluiu. Então, portanto, se
setores produtivos desta Cidade - e eu poderia passar pela hotelaria e chegar
na gráfica, no profissional liberal e em outros setores - pagam os 5%, o setor
especulativo tem duas alíquotas: os serviços e o leasing. Os serviços, os bancos pagam 5% e, o leasing
paga 2%.
Eu não concordo com o meu querido Ver. Nedel, a
quem respeito demais - um Vereador muito dedicado e que tem uma posição de
dizer o seguinte: “Olha, eu não vou votar esta alíquota, porque quem vai pagar
isto é o povo”. Não é verdade; não é verdade!
A grande empresa que compra um carro na transação
de leasing evidentemente, não é o João que paga, que compra em leasing,
não é a D. Maria.
Então, eu acho que para fazer justiça tributária,
alguém que foi parceira no Governo do PT... Faça-se justiça ao Ver. Adeli e a
outros do PT, que, na época, dentro do seu próprio Partido lutaram para reduzir
a alíquota de 5% para 2% na área de Informática, e foi acertado, porque mostra
o Balanço da Prefeitura que não diminuiu a arrecadação, e muitas empresas
voltaram.
Esta
Casa votou, mas a prorrogação foi minha, com o Cristiano Tatsch de reduzir
neste atual mandato, nesta atual Legislatura, o ISSQN das recapeadoras de
pneus.
Então,
eu quero dizer o seguinte: eu não vou aceitar esta discussão torta. Por que
você quer aumentar imposto? Não. Eu quero aumentar imposto de quem pode pagar
imposto neste País, porque se você abrir o jornal Folha de São Paulo, se você
abrir o jornal Zero Hora, se você abrir o jornal Correio do Povo, se você abrir
o Jornal do Comércio, semestralmente, não tem Gerdau, não tem Zaffari, não tem
nenhuma empresa brasileira que tenha os lucros astronômicos que tem o sistema
financeiro aqui neste País.
Então, há uma contradição, que, aliás, não é contradição só desta Cidade, não: é contradição do Brasil. No Brasil, quem não pode pagar imposto, que é o pobre, que é o miserável, é o que paga imposto, porque o imposto indireto é o pior, porque o quilo do feijão tem o mesmo imposto para o rico e para o pobre.
Então, quando a Lei me faculta ter uma alíquota de ISSQN, cuja regra geral era 5%, eu, com toda a sinceridade, estou com muita tranqüilidade para vir aqui e dizer o seguinte: não, eu quero elevar.
Mas
tem uma coisa mais grave aqui em Porto Alegre e no resto do Brasil: as
transações de leasing não têm pago impostos, porque usam de um
subterfúgio de constituir a sede das empresas de leasing fora desta
Cidade e fazem as transações aqui. E não recolhem aqui e não recolhem lá.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que esse Projeto foi amplamente debatido
e, apesar de tudo, está incluído na Ordem do Dia na forma do art. 81, se não me engano.
Mas, de qualquer forma, não tem Parecer. O Vereador me corrige, dizendo que tem
Parecer; realmente, Parecer da Comissão de Finanças, Parecer da Comissão de
Justiça. Na Comissão de Finanças, o Projeto foi rejeitado. Claro que ele foi
rejeitado depois de um estudo bem pensado.
Eu tenho nas mãos três Leis que foram, aqui,
modificadas, buscando uma solução. Primeiro, era 5%, e, por um Projeto de Lei
do Ver. Luiz Braz, com Emenda do Ver. João Verle, passou a ser 2,5%,
retroagindo a Lei. Depois, na Administração seguinte, foi proposto 1% de
imposto. E no terceiro Projeto de Lei, que foi transformado em Lei, por uma
Emenda do Ver. João Carlos Nedel e deste Vereador, nós passamos para 2%,
atendendo à Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas também nós tínhamos
responsabilidade no encaminhamento do Parecer dessa matéria e também fizemos
uma diligência junto ao Executivo.
Eu quero dizer que 2% de mil é 20 e 5% de 200 é 10.
Então, a arrecadação, se eu guardar a proporção, de repente pode ser menor se
eu aumentar a alíquota. E é o que diz a Secretaria da Fazenda, e é o que está
escrito, aqui, no Parecer. “Chama a atenção, na análise da Secretaria Municipal
da Fazenda, a informação de que, com a revogação do inc. V, a alíquota
incidente do arrendamento mercantil (leasing) mudará automaticamente de
2% para 5%, e que, ao trazer o aumento do custo financeiro, poderá não se
mostrar mais uma operação vantajosa para muitas empresas, com conseqüente
diminuição do volume de negócio e do valor transacionado, determinando, se a
redução for abrupta, perda de arrecadação do Imposto Sobre Serviço de Qualquer
Natureza”.
Portanto, a Secretaria da Fazenda está preocupada
que, aumentando a alíquota, nós tenhamos uma Receita menor de ISSQN sobre o leasing.
Mas essa preocupação da Secretaria da Fazenda está alicerçada na experiência do
passado, quando era 5% e os grandes contribuintes de leasing para o
ISSQN se afastaram da cidade de Porto Alegre, foram para Canoas. E o Ver. Luiz Braz, no seu Projeto de
Lei, aprovado pela Casa por unanimidade, trouxe de volta essa gente.
Agora,
nós estamos fazendo um Projeto de Lei para quem pagava 1%, passou a pagar 2%, e
nós queremos que ele pague 5%? Não, está equivocado! A Secretaria da Fazenda,
pela sua experiência, sabe que não vai arrecadar mais, e corre o risco de
arrecadar menos. Como eu disse: 2% de mil é 20; 5% de 200 é 10; 5% de 300 é 15,
estaria, provavelmente arrecadando menos, e talvez não tivesse nem 200, nem
300, nem 500, talvez o valor fosse bastante menor do que 200, porque eu fiz uma
conta aqui.
Então,
eu acho que a Casa deve votar, com tranqüilidade, contrariamente, porque a
própria Secretaria da Fazenda, que sempre busca mais arrecadação, está dizendo
que não é bom para a arrecadação do Município. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº
025/05.
O
SR. ADELI SELL:
Vereadora Maria Celeste; colegas Vereadoras e Vereadores, a nossa Bancada, a
Bancada do Partido dos Trabalhadores, já discutiu inúmeras vezes a questão
tributária, e por muito tempo nós tivemos algumas resistências à diminuição de
alíquotas, até por que elas eram sempre fruto, Verª Margarete, de guerra
fiscal, pura e simplesmente. Hoje, nós temos uma legislação federal que diz que
não se pode cobrar menos de 2% de ISS em nenhum dos cinco mil, seis mil
municípios do País, inclusive nas capitais. Dois por cento, Ver. João Dib,! Não
pode cobrar menos de 2%! Agora, pode-se cobrar 5%.
Nós
baixamos várias alíquotas aqui e nós estivemos na linha de frente deles e
estaremos em outros setores que nós acharmos conveniente para o desenvolvimento
de Porto Alegre. Nós temos um olhar, Ver. Comassetto, especial para a área de
ciência e tecnologia, tecnologia de informação, baixamos as alíquotas para 2%,
Verª Sofia, o que poderá também desenvolver muito a cidade de Porto Alegre é a
área de feiras, eventos, simpósios, fóruns. Então, nós vamos ter um olhar
especial para a área de gastronomia, para a área do turismo, para a área da
hotelaria, e, se for necessário discutir e rediscutir alíquotas, nós vamos
discutir, como na área da saúde, fechando o tripé do desenvolvimento econômico
do futuro de Porto Alegre.
Mas,
na questão da usura - porque nós estamos tratando hoje de usura -, os bancos -
o Ver. Guilherme Barbosa e eu já dissemos clara e objetivamente, ontem e hoje -
não cumprem as leis do Município, haja vista a questão que a Verª Neuza
Canabarro levantou e também a questão das câmeras de vídeo. Os bancos estão
sempre na contramão dos interesses da sociedade. Cobram taxas, cobram um
conjunto de serviços que, na verdade, não deveriam estar cobrando, porque eles
estão negociando com o dinheiro do povo. Sobre a usura, essa exploração de
altas taxas de juros, nós vamos ter sempre um olhar especial. Não tem
cabimento!
Se
o Poder Público Municipal quisesse, se formasse uma força-tarefa... Eu quero
saber como se justifica ter um banco dentro de um local que vende automóvel e
você assina as suas promissórias de dívida de leasing de uma empresa que
não está em Porto Alegre. Depois eu me dei conta que nós deveríamos inclusive
exigir alvará, porque tem uma empresa dentro da outra. Então, eu vou discutir
com a Bancada e a Bancada vai votar favoravelmente, porque é a única forma de
moralizar essa verdadeira esculhambação, essa bandalheira que é o leasing
em Porto Alegre.
Só
tem uma solução, Ver. Alceu Brasinha; só uma solução: é ser duro. Cinco por
cento! E vamos começar a fazer um pente-fino. Toda a vez que eu descobrir que
alguém comprou um carro e assinou uma nota de leasing dentro de uma
empresa em que o banco for em Itapecerica da Serra ou em Barueri, em São Paulo,
nós vamos chamar o Secretário da SMIC para que se veja o alvará. Chega dessa
esculhambação! Chega de “passar a perna” em Porto Alegre! Eu já fui companheiro
e parceiro do Ver. João Carlos Nedel em outras empreitadas e serei outras
vezes; desta vez nós fomos logrados, nós baixamos o tributo sobre o leasing,
e o que fazem as empresas de leasing? Não ficam em Porto Alegre, não
registram suas empresas em Porto Alegre. Estão registradas em Barueri, em Itapecerica
da Serra. Eles acham que nós somos o quê? Aqui é a Casa do povo que exige
respeito! Porque nós aprovamos uma lei em que eles poderiam estar em Porto Alegre pagando
um tributo menor. Não querem? Pois então, terão o rigor; nós vamos cobrar e
fiscalizar dura e violentamente a questão do leasing em Porto Alegre,
para que a gente possa ter uma Prefeitura com dinheiro para gastar na coisa
pública. É por isso que estamos-nos alinhando com a proposta do Ver. Melo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 025/05.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu gostaria que o Ver. Adeli Sell tivesse
feito esse discurso na época em que o PT, por 16 anos, esteve à frente dos
destinos desta Cidade, mas eu não sei qual motivo levou os dirigentes petistas
daquela época a se aliarem às empresas de leasing e, juntos, baixarem a
alíquota para 1%, que era a menor alíquota possível; para não colocarem zero
por cento, colocaram 1%. Eu me lembro, Ver. João Dib, que quando começamos a
discutir 2%, não houve nenhum discurso contrário; depois quando foi para 1%,
surpreendeu a todos nós! Eu acho que há um motivo para que o PT esteja agora a
favor desta proposta do Ver. Sebastião Melo, e eu sei que este não é o
interesse do Ver. Sebastião Melo, que está discutindo com seriedade. Há um
interesse: hoje a Cidade fatura, na área
do leasing, em
ISSQN, por volta de 100
mil reais; foi de R$ 106.730,87 o
faturamento em leasing em 2006, está aqui, Ver. João Carlos Nedel.
Ver. Sebastião Melo, com toda a certeza, o
interesse do PT, que quer ver a Cidade faturando menos para poder fazer menos
serviços e para criticar mais, é que esse faturamento não exista mais, porque
uma das principais instituições que praticam leasing aqui no Rio Grande
do Sul é o Banrisul. O Banco não vai, na verdade, fazer mais operações dentro
dessa área do leasing e nós não vamos receber mais, aqui em Porto
Alegre, os 100 mil reais. Aliás, o Banrisul vai fazer, sim, leasing,
Ver. Nedel, mas vai fazer em outras cidades que tenham o ISSQN mais atraente.
Nós apenas vamos perder, não temos nada a ganhar - nada a ganhar! Só temos a
perder! E o PT até agora não conseguiu explicar, Ver. João Dib, no seu
discurso, essa sua modificação, porque era amigo das empresas de leasing
durante todo o seu Governo, querendo baixar a alíquota para 1% e agora, de
repente, virou inimigo das empresas de leasing e quer subir a alíquota
para 5%, acompanhando o pensamento do Ver. Sebastião Melo.
Esta explicação precisava ser dada, porque, senão,
pode ser interpretada, Ver. Adeli Sell, de uma forma até perigosa. E nós não
queremos fazer isso, nós não queremos dar a pior das interpretações para quem
era favorável, primeiramente, a baixar-se a alíquota e se mostrava amigo das
empresas de leasing, e depois
que perdeu a Prefeitura Municipal, imediatamente virou inimigo dessas empresas
de leasing. Isso não é ser inimigo das empresas de leasing, isso
é ser inimigo da Cidade, porque está expulsando da Cidade uma arrecadação de
100 ou um pouquinho mais de 100 mil reais.
Então, esta Casa, já votou duas vezes esta matéria,
com votos favoráveis de toda a Bancada do PT, para baixar a alíquota para 2%,
num Projeto nosso há algum tempo, e para baixar para 1% num Projeto do próprio
PT - para 1% - e o PT, já votou, por três vezes, porque depois aumentou para 2%
para poder ficar de acordo com aquilo que diz a nossa Constituição, três vezes
favoráveis a essa matéria quando estava no Poder, agora, porque está fora do
Poder, vai acompanhar o Projeto do Ver. Sebastião Melo e expulsar as empresas
de leasing do território porto-alegrense. Não acredito que isso vá
acontecer; não acredito que esta Casa, que representa os interesses maiores da
sociedade porto-alegrense, vai permitir que o Projeto bem-intencionado do Ver.
Sebastião Melo possa ser aprovado, prejudicando toda a sociedade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, solicito verificação de quórum.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito a
abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo Ver.
Sebastião Melo. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Treze Vereadores presentes.
Não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h02min.)
* * * * *